1958 - 2021
Amava uma costelinha com ora-pro-nóbis, costelão com linguiça e churrasco. Sempre com uma gotinha de pimenta.
Mário, ou Marin, como era chamado, trabalhou cerca de dez anos em uma empresa como vigia e zelador. Era apaixonado pelo trabalho. Divertido e brincalhão com todos, quando chegava as risadas dos colegas já contagiavam o ambiente.
Era também um romântico cavalheiro. Adorava agradar a esposa Aparecida. Inúmeras vezes aparecia, de repente, com um presentinho na mão. E olha que nem era uma data especial.
Fazia questão de pagar o salão de beleza para sua alma gêmea ficar toda arrumada, com cabelos e unhas impecáveis. Para não estragar o trabalho da manicure, Mário ajudava Aparecida nos afazeres de casa. Era um verdadeiro companheiro e cozinhava muito bem. Seu toucinho sequinho foi eleito o melhor da família!
A filha Daniele lembra que Marin tinha grande afinidade com o genro Kleber. O pai amava comer as comidas que ele fazia toda semana, na maioria das vezes na sexta. “Ele vinha rápido do serviço para casa para nos reunirmos. Adorava comer costelinha com ora-pro-nóbis, costelão com linguiça e churrasco. Não importava o cardápio, comia com prazer e até repetia”, diz, com saudade. E, lógico, não podia faltar uma gotinha de pimenta.
Mário gostava muito de reunir a família. Confraternizavam, viajavam e iam ao clube campestre juntos. Era uma pessoa essencial, necessária na vida de todos que os amavam, dizem, unânimes, os familiares.
Torcedor fanático pelo Cruzeiro, não descuidava das atividades físicas. Caminhava diariamente com a esposa e a filha. Quando podia, trocava o transporte público pela bicicleta. E ainda levava o cachorro Luke, seu xodó, para passear.
Apaixonado pelos animais, também fazia questão de limpar as gaiolas e alimentar as calopsitas nos dias de folga.
Muito querido por todos, era generoso e sempre ajudava quem precisava sem esperar qualquer retorno. Foi assim quando auxiliou as irmãs a realizarem a reforma de suas casas. Ajudava o irmão na oficina, o genro e vários outros familiares e amigos. “Qualquer coisa que precisasse, ele estava à disposição, era pau pra toda obra”, conta Daniele.
Fica na lembrança dos filhos Bruno e Wesley a cantoria diária, que assim dizia: "Oh marinho, oh marinho!" Até os vizinhos sentirão falta dessa gritaria.
Mário tinha bastante afinidade com o irmão Jonathan, conhecido na família como Tequila e seu grande amigo. Os sobrinhos Wallace e Cláudio também eram muito próximos.
Era um avô muito presente. Sempre brincalhão com as netas Nathalia, Nicolle e Yasmin. Quando preciso, prontificava-se a cuidar delas. A primogênita Nathalia era grudada nele. Nicolle não ficava atrás. O pequeno Arthur conhecerá esse avô querido por meio dessas lindas lembranças.
Mário nasceu em Sabará (MG) e faleceu em Belo Horizonte (MG), aos 62 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Mário, Daniele de Souza Ameno Nunes. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Danielle Lorencini Gazoni Rangel, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 3 de junho de 2021.