1937 - 2020
Elevou a condição de ser pai a patamares incomparáveis.
Marinho era um bonachão de generosidade infinita e palavras amáveis, sempre proferidas em meio a um sorriso.
Seu exercício de paternidade estabeleceu um padrão elevadíssimo que hoje também é exercido pelos filhos. Foi, como se diz em Portugal, sua terra natal, um pai extremoso que nunca os privou dos mimos, mesmo quando adultos.
Foi o marido de Maria Otília, ou "Tilinha", como ele costumava chamá-la, por 58 anos, dos quais mais de 30 diuturnamente, já que os viveu em aposentadoria. Era impensável imaginar um sem o outro; por isso, hoje Tilinha precisa reinventar sua rotina sem a referência do companheiro da vida inteira.
Seu aniversário era sempre o mais celebrado da casa. Ele deixou um legado incrível de honradez e despojamento. A integridade foi-lhe sempre natural, sem alarde, ou como dizia: "Era aquilo que era pra fazer".
“Dói uma dor sem fim não poder mais dar aquelas palmadinhas em suas fartas bochechas e dizer-lhe com amor: E aí, velhinho!? Só consola a certeza de que ele se sabia amado por todos, em especial por sua esposa, seus filhos e seus numerosíssimos amigos”, desabafa o filho Mario.
Mário nasceu em Penalva do Castelo/Viseu (Portugal) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Mário. Este tributo foi apurado por Carla Cruz, editado por Andressa Cunha, revisado por Rosana Forner e moderado por Rayane Urani em 4 de agosto de 2020.