1938 - 2020
Venceu a ditadura e a tortura; nunca fugiu da luta. Ela viveu sem ter a vergonha de ser feliz.
As palavras abaixo são de Evanize para sua mãe:
Minha guerreira foi levar seu grito de força, luta e vontade de viver para o céu. Uma mulher incansável que venceu a ditadura e a tortura, que driblava o Alzheimer desde 2012 e nunca esqueceu quem éramos, sempre nos surpreendia com resposta e interação, emocionando todos que estavam ao seu redor. E não para por aí.
Em 2014, saiu andando do hospital, surpreendendo até os médicos depois de ter o apêndice supurado e ainda marcou um pênalti derrotando um câncer de mama, sem nem fazer quimioterapia. Nada a derrotava. Ela sempre saía cantando que queria “viver sem ter a vergonha de ser feliz”. Esse era o seu hino. O seu maior ensinamento foi: não faça com os outros, aquilo que você não gostaria que fizessem com você.
Com tanta luta e história, ela só podia deixar a gente por conta de uma pandemia, que a ciência sabe que é séria e só os irresponsáveis agem com descrença.
Deixou muitos ensinamentos e histórias para todos que fizeram parte do seu caminho. Eu, seu neto, e seu genro levaremos com muito orgulho seu legado.
Continue sua trajetória de luz e força, cercada de amor. Aqui na Terra, estaremos olhando para o céu, sabendo sempre encontrar a estrela que você virou.
Minha mãe era daquelas mulheres para quem você olha e pensa: "caramba, quero ser igual a ela!" Nossa Poderosa do Ingá! Mulher com M maiúsculo! Orgulho e amor aqui transbordam hoje e sempre!
Eu sei que vou te amar por toda minha vida!
Marlene nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu em Niterói (RJ), aos 82 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Marlene, Evanize de Souza Kligierman. Este tributo foi apurado por Grace Montano, editado por Júlia Paranhos, revisado por Lícia Zanol e moderado por Lígia Franzin em 4 de abril de 2021.