Marli Teixeira dos Santos Macedo

1965 - 2020

Sempre deu aulas de generosidade e empatia, ensinamentos que iam muito além das salas de aula.

Após décadas dedicadas à arte do ensino, Marli aposentou-se de suas funções como professora de ensino médio. Era muito querida, admirada e sua fama de ser uma das melhores professoras da pequena cidade de Cachoeira Dourada (GO), manteve-se inalterada mesmo após parar de lecionar.

Ao deixar as salas de aula, as amizades tornaram-se ainda mais numerosas e Marli passou a ser cada vez mais admirada pelos seus feitos após a aposentadoria. Esse reconhecimento era um reflexo das ações que desenvolvia na cidade, sempre preocupada em garantir o bem-estar de quem a rodeava.

Montou um pequeno mercadinho que se tornou ponto de doação de alimentos. Seu sonho era expandir o estabelecimento para poder fazer ainda mais ─ principalmente para o neto Paulo Antônio. Fazia planos de ajudar no custeio dos estudos do neto, queria ser a avó que oferece a estrutura para os sonhos se tornarem reais.

A angústia de Marli ao ver Paulo Antônio na UTI tornou-se uma experiência marcante para a filha Elma, que presenciou a mãe prometendo que iria fazer muito mais pelo próximo, caso o neto se recuperasse. Cumprindo a promessa, o altruísmo de Marli passou a compor ainda mais sua identidade.

Vestígios de uma infância penosa, atravessada pelo trabalho infantil, talvez explicassem seu jeito severo, o semblante sério e o fato de não ser muito chegada a brincadeiras. Mas, toda essa fortaleza que mantinha por fora, desmanchava-se para dar espaço a atos generosos.

Tinha costume de dizer: “Se um dia eu faltar, vai sentir minha falta!”. E estava certa, pois se tornou saudade para os muitos amigos que deixou, para o esposo Antônio Costa, para os três filhos Elma, Danilo e Matheus, para os netos Paulo Antônio e Lorenzo e para as futuras gerações que certamente irão se orgulhar de seu legado.