1945 - 2020
Levava consigo a memória de uma infância acolhedora que a tornou calorosa por toda sua vida.
A dedicação de Martha por todos a sua volta tinha raízes no ambiente acolhedor na fazenda onde nasceu e cresceu, na cidade mineira de Nova Ponte. A essas referências uniram-se, ao longo da vida dela, o aconchego familiar, os amigos que a cercavam e as farturas da bela propriedade.
O primeiro e único casamento foi com Sancler, união que resultou nos quatro filhos: Doris, Elvio, Eliane e Gisele. A família foi um dos grandes pilares da vida de Martha, e sua paixão declarada.
Bastante caseira, dedicada aos afazeres da manutenção da vida doméstica, sua maior diversão era jogar partidas de baralho - e principalmente ganhar todas elas. A soneca pós-almoço também era sua marca registrada, garantida nas tardes de Marthinha. Gostava de doces e de cachorros, e tinha o hábito de comprar mudas de rosas para replantar.
Muito amorosa, gostava de se fazer presente por todos os meios. Depois de ganhar um celular do filho no Natal, passou a dominar o envio de mensagens de texto e se apegou à troca de figurinhas de tal forma que fazia questão de receber uma resposta à altura. “Ai se a gente não respondesse ou se só colocasse ‘kkkk’, ela ficava brava”, conta a filha Gisele.
Dona de um espírito vívido, era autêntica no jeito de ser. Se tirassem Marthinha do sério, a resposta dela não demorava a chegar, pois sempre tinha algo na ponta da língua. Dotada de muita alegria de viver, causava riso onde chegava com sua espontaneidade e alto astral.
Era contadora de histórias e uma mulher de muita fé, movida pelo amor. "Uma leoa", diz a filha, sempre pronta para defender a prole e aqueles que amava.
Martha nasceu em Nova Ponte (MG) e faleceu em Uberlândia (MG), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Martha, Gisele Melo. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Júllia Cássia, revisado por Fernanda Ravagnani e moderado por Rayane Urani em 15 de agosto de 2021.