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Marusa Camilla Farias Lopes da Cunha

1971 - 2021

Para ela, sonho realizado precisava ser comemorado com as pessoas queridas, numa grande festa.

Eclética, veio ao mundo com o dom de ajudar e ainda por preparava uma comida mais reconfortante que um abraço bem dado.

Para Marusa nunca foi tarde para estudar e se dedicar ao que tanto amava: a culinária. Formada em gastronomia após os 40, além dos inúmeros cursos ligados à área, dedicou-se ainda às artes e foi professora de artesanato, assim como sua mãe. Era inteligente e muito querida pelos alunos.

No círculo familiar e de amizades, sua comida certamente era a melhor e, para a sorte deles, ela amava reunir todos e proporcionar almoços e jantares memoráveis. "Era uma comida afetiva, preparada com muito amor", conta a filha Evelyn que dá ainda um traço marcante da personalidade e caráter da mãe: "Ela foi a pessoa mais fiel aos seus princípios que você pode imaginar".

Mesmo quando não estava nos prestigiando com suas delícias, era prestativa demais. Ajudava o próximo e fazia questão de ver as pessoas felizes: "era seu dom especial", afirma Evelyn relembrando o quanto essa característica foi enaltecida por tantos ao lamentarem a partida precoce de sua mãe.

Carinhosa como era, também não hesitava em demonstrar seus sentimentos a todos que estavam ao seu redor. Mesmo não tendo realizado todos os sonhos, os que alcançou foram comemorados em grande estilo e sempre junto aos familiares e amigos, como ela sempre gostou.

Daquelas que puxava assunto e fazia amizade em todo e qualquer lugar, Marusa tinha amigos de todas as idades, jeitos e pensamentos. As festas e reuniões que frequentava tinham cada uma um estilo em particular e ela se adaptava em cada local com muita facilidade.

Era extremamente apaixonada pela mãe, dona Marilda. As duas compartilharam seus dias em uma relação pautada pela reciprocidade de lindos sentimentos, até o final. Como sempre, mãe e filha continuam juntas. A história de Marilda Farias Lopes, que partiu com apenas quatro dias de diferença da filha, também está guardada neste Memorial, assim como a de seu pai, Valdenir Lopes, que também partiu vítima da Covid-19.

Marusa nasceu em Nova Friburgo (RJ) e faleceu em Nova Friburgo (RJ), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Marusa, Evelyn Lopes da Cunha. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 18 de junho de 2021.