1974 - 2020
Craque na mecânica e nos gramados, mostrou que conhecimento também está no fazer.
Matuza, o Matuzalém, atuou como lateral esquerdo no Grêmio da Candangolândia e só não chegou ao futebol profissional, porque machucou o joelho. Precisou de duas cirurgias.
Por vinte e sete anos, trabalhou como mecânico de automóveis na Fiat. Nos cursos de qualificação da empresa, destacava-se com o conhecimento prático, mostrou o valor do "conhecimento mão na massa", às vezes, maior do que o teórico.
Também brilhou como piloto de testes na Fiat, CVP, Itália Veículos e Volvo Peugeot. Mas seu maior feito foi como pai. Teve a felicidade de ver o filho graduado em Publicidade, o que, financeiramente, contribuiu muito e, em algumas ocasiões, até mais do que podia.
Ofereceu ao filho um tipo de amor que recebeu do tio. Wilmar, irmão da mãe, era quem lhe apoiava como pai. A mãe era separada e, depois do divórcio, o pai não foi muito presente. O tio o incentivou a trabalhar desde cedo, pois notou que o sobrinho não tinha interesse em estudar.
Os frutos dos talentos que desenvolveu foram suficientes para ver o filho conquistar o diploma e realizar o sonho de comprar um apartamento.
Ele sempre se sentiu muito responsável pela mãe, que tinha epilepsia. Assim como ganhou um pai, a prima, Keila, o via como irmão.
Matuza também não media esforços para ajudar o próximo, especialmente se o assunto era saúde. Tinha um senso de justiça inabalável, personalidade forte e a liderança era nata para ele.
Acreditava em uma sociedade melhor e mudou o mundo de quem estava ao redor com um legado que jamais será esquecido.
Matuzalém nasceu no Gama (DF) e faleceu em Brasília (DF), aos 46 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela prima de Matuzalém, Keila Viana de Oliveira. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Talita Camargos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 6 de janeiro de 2021.