1966 - 2021
Seu louvor tinha tamanha entrega e verdade, que fazia com que as pessoas se aproximassem de Deus.
Seu abraço era tão acolhedor que quem o experimentava não queria mais sair daquele círculo de afeto e aconchego. Ele era mais que um primo, era o irmão que todos gostariam de ter. O homem sábio e amigo fiel. Assim era Mauricio, conta a prima Ana Maria.
Aos domingos, ia visitar os irmãos. Chegava cedinho, abraçava a Madinha, sua irmã, e procurava saber se estava faltando alguma coisa em casa. Durante a visita, ficava ali na rua conversando com os primos e amigos, e demonstrava, nas suas ações, um interesse real pelas pessoas e suas vidas. Mas a visita só terminava mesmo quando ia à casa da mãe de Ana Maria, tia Rosarinha, que Mauricio considerava uma segunda mãe. Lá ele recebia o carinho e os conselhos dela.
Homem de fé inabalável e dono de um sorriso largo, o Tinga, como era chamado pelos mais íntimos, amava servir a Deus e à família.
Tinha uma voz rouca, melodiosa, cantava e gostava muito de falar de Jesus, seu Senhor e salvador. A música chegou como uma herança de família e ele começou a cantar desde muito jovem. Fazia parte do louvor da igreja e pregava a Palavra de Deus. "Ouvi-lo cantar era muito especial”, lembra a prima.
Mauricio conheceu a Sueli, sua Tily, ainda criança e se tornaram amigos. Após voltar de Natal, onde serviu à Marinha, começaram a namorar e depois de um tempo se casaram. Com sua Tily teve três filhos: Abner, Lian e Lia. Pai presente e carinhoso e marido apaixonado e companheiro, amava sua família com todo o coração.
Gostava de futebol e essa paixão surgiu dos campos de várzea, próximo da casa dele, e onde, todas as tardes, com sua prima e eterna companheira de infância, brincava e assistia às peladas. Já o amor pelo Corinthians se deu pela coincidência das cores que correspondem às do Ceará, time do coração, e que também é alvinegro.
Era muito querido por todos: sua sogra o tinha como um filho, e para os primos mais novos ele era o melhor conselheiro. Nunca se cansava de ouvir, e no final sempre havia uma palavra de sabedoria e de bondade.
Tinga se foi e deixa muita saudade. Deixa sua amada Tily, seus filhos tão queridos, amigos, primos, irmãos, tios, sogra e uma infinidade de ensinamentos.
“Ele me fez gostar de futebol, assim como ele", diz a prima Ana Maria. Fez amigos para toda a vida e seus sábios conselhos estarão conosco enquanto vivermos, afirma. "Seu sorriso e sua voz melodiosa alegram o céu agora. Muito obrigada pela sua amizade, pelo seu abraço carinhoso e por momentos preciosos que compartilhamos."
"Se ele estivesse aqui, me diria: 'Aninha, não fique triste, eu estou muito bem aqui ao lado de Jesus!'."
Mauricio nasceu em Russas (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela prima de Mauricio, Ana Maria Nascimento Rodrigues. Este tributo foi apurado por Luisa Pereira Rocha, editado por Rosa Osana, revisado por Fernanda Ravagnani e moderado por Rayane Urani em 5 de setembro de 2021.