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Maycon Rangel Abreu Ferreira

1989 - 2021

Defensor dos direitos humanos, sabia exatamente o seu papel transformador na sociedade.

Tinha uma risada contagiante. Deixar de ouvi-la é uma das maiores marcas da sua ausência, sentida por familiares e por uma porção de amigos e amigas que ele acumulou ao longo da breve e intensa vida.

E que vida intensa ele teve! Desde pequeno, já se mostrava muito dono de si, ao mesmo tempo que buscava sempre estar cercado do carinho dos seus. Ele gostava muito reunir pessoas, gargalhar, contar histórias; também tinha o costume de revoltar-se com as injustiças que ele sofria e, principalmente, com a que os outros sofriam. Ele lutava pela justiça, sempre sendo acolhedor e estando disposto a ajudar quem precisasse dele. A dor do outro sempre foi sua também.

Filho dedicado e amoroso, atendia às ligações da mãe com um "Oi, linda!" ou um "Oi, amor!". Tinha hora marcada para conversar com ela por telefone todos os dias, não importava onde nem com quem estivesse. Nas amizades, era "o amigo inteligente" dos grupos e conquistou muitos amigos em todos os lugares por onde passou. Sabia conversar sobre tudo com leveza, humildade e bom humor. Amava estudar, conhecer e refletir sobre o mundo. Tinha a caligrafia linda.

Era dono da gargalhada mais maravilhosa que esse mundo já viu. Sorria até quando estava zangado. Meia hora com ele por perto era o suficiente para todo mundo voltar para casa feliz. Sempre animado, divertia-se ao viajar e ao experimentar lugares, comidas e emoções diferentes. Gostava de ouvir Pitty e de enfeitar a casa com miniaturas, cores e poesia.

Era filho, irmão e amigo. Trabalhou como jornalista, advogado e funcionário público no Instituto Federal do Maranhão. Era um cidadão brasileiro defensor dos direitos humanos, que sabia exatamente o seu papel transformador na sociedade. É por isso que, em sua trajetória acadêmica e profissional, suas produções sempre deram destaque para a justiça e a educação, tratadas como importantes ferramentas de transformação.

Maycon nasceu em Pinheiro (MA) e faleceu em São Luís (MA), aos 31 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Maycon, Anissa Ayala Rocha da Silva Cavalcante. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Anissa Ayala Rocha da Silva Cavalcante, revisado por Débora Spanamberg Wink e moderado por Rayane Urani em 7 de novembro de 2021.