1933 - 2020
Um homem com histórias incontáveis, que soube viver o amor e pedir perdão.
Senhor Messias, "véi" Messias, vô Messias, papai. Ele era chamado de inúmeras maneiras. Messias foi um mineiro, nascido em Passos, que durante boa parte de sua vida percorreu usinas de todo Brasil como mecânico de máquinas pesadas.
Construiu uma grande família, com dez filhos, ao lado de sua então esposa, Cinira — de quem, mais tarde, veio a se separar.
Ele sempre dizia que Cinira fora o grande amor da sua vida. "Foi homem íntegro que, com todos erros que cometeu ao longo da vida, soube reconhecê-los e pedir desculpas aos seus filhos e ao seu grande amor", lembra sua neta Adiene.
Após muito andar pelo Brasil afora, escolheu Goianésia do Pará como sua terra do coração e lá fincou os pés.
A neta conta que só conhecia o avô por fotos e vídeos, além de conversas por telefone. "Até que, finalmente, meu pai (seu filho) foi até o Pará para vê-lo, pois a saudade já estava demais. E, por um milagre, ele resolveu vir a São Paulo me conhecer, pois, de todos os meus irmãos, eu era a única que ainda não tinha tido este privilégio", diz ela, e prossegue: "Foi o encontro mais emocionante da minha vida. Eu, meu esposo e meus filhos nos sentimos honrados por termos tido a chance de ouvir suas histórias incontáveis".
O senhor Messias foi um "homem do trecho", como ele mesmo dizia. Um homem que leu inúmeros livros, entendia de política como ninguém. Seu livro favorito era a Bíblia Sagrada.
"Ele descansou e foi para os braços de Jesus", diz sua neta.
"Agradeço a Deus por ter me dado o privilégio de conhecê-lo e por ter aprendido tantas coisas com ele, mesmo estando a maior parte da minha vida distante fisicamente. Vô, descanse em paz. Nós sempre vamos nos lembrar do senhor com carinho e amor", finaliza Adiene sua delicada homenagem.
Messias nasceu em Passos (MG) e faleceu em Goianésia do Pará (PA), aos 87 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Messias, Adiene Helene mazzali de Oliveira. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Thiago Santos, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 23 de agosto de 2020.