1927 - 2020
Um cidadão que se foi e que não deixou nada a ser cobrado dele.
Foi garçom e proprietário de bar e restaurante. Muitos o conheciam como “Narcisão” - e ele era grande mesmo! No tamanho, no caráter, no respeito e na gentileza.
Apaixonado pelo Corsel II muito bem cuidado e sem arranhões.
Amor também pela esposa, eram casados há 66 anos, e se tratavam carinhosamente de “Bem”. Sempre andavam de mãos dadas, como eternos namorados. Dava gosto de ver o casal!
Tiveram seis filhos: Francisco, Lucia, José Carlos, Nelson, Edson e Celso.
Sempre dizia que não gostava de carnaval. Mas, aos 83 anos acompanhou o neto a um ensaio de escola de samba. Apaixonou-se fulminantemente pela bateria da escola! E até os 90 anos, não perdeu um ensaio. Saia da quadra às três ou quatro horas da manhã. Quanta energia!
A reunião familiar era um evento sagrado e sempre comemorado com risos, histórias, compartilhamento de experiências...
Quando estava sendo levado para a UTI me chamou para dar um recado: “Lu, fala para a mamãe que eu a amo muito” (ele se referia a minha mãe). "Foi a última vez que vi meu pai", contou a filha Lucia.
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“Vôzão Narciso”, assim a neta Janaína irá lembrar do avô que adorava estar com a família e cuidar do seu carro. Era detalhista e observador.
Narciso dizia que não se deve desistir nunca, independente dos obstáculos que apareçam... Dizia também que a família teria que estar sempre em primeiro lugar!
Tinha no olhar um brilho e uma profundidade de experiência inexplicável. Era casado com Nitinha, e demonstrava amor e carinho em gestos diários. Tiveram seis filhos: Lúcia, Francisco (Chicão), José Carlos, Edson, Celso e Nelson.
Era um homem honesto, íntegro e de uma generosidade imensa. Seu Narciso era luz. Educou aos filhos através de valores que o acompanharam a vida inteira. Um exemplo de marido, pai, irmão, filho, avô, tio, amigo. Em qualquer papel ensinava a partir de suas próprias atitudes.
Narciso nasceu em Castro Alves (BA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 93 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha e pela neta do coração de Narciso, Lucia e Janaína. Este texto foi apurado e escrito por Marcia Horacio Barbosa, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de julho de 2020.