1948 - 2020
O palhaço das festas, era impossível não rir de suas piadas.
Por Neocide ninguém o conhecia. Mas era só chamar Sola que todo mundo sabia quem era. Funileiro, tornou-se pai aos 19 anos. Aos 21, já estava com três filhos.
Avô de seis, adorava parar o sorveteiro para comprar picolés para eles. "Que avô ele foi! Participou da infância dos netos e tinha uma disposição ímpar para brincar", lembra a filha Claudia.
Exímio pescador, saía todo dia com a vara, atrás dos peixes. Foi ele quem ensinou os filhos e netos a pescar. Era perito em contar piadas e fazer pegadinhas. "Meu pai era uma pessoa extremamente feliz e engraçada. Para toda situação, tinha uma piada para contar", diz Claudia.
Amigo de todo mundo, era conhecido em toda a cidade. Sempre disposto a ajudar quem precisasse, sem distinção, Sola era muito querido.
Viveu por 34 anos no mesmo endereço em Birigui. Em 2000, construiu seu rancho no condomínio Santa Bárbara, em Buritama. Os vizinhos contam que, depois de sua partida, o condomínio perdeu a graça. "Eles choram ao passar em frente ao rancho", diz a filha, que lembra: "Meu pai deixou grandes aprendizados e exemplos."
Neocide nasceu em Birigui (SP) e faleceu em Birigui (SP), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Neocide, Claudia Zamaia Martos. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Ticiana Werneck, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 5 de outubro de 2020.