Olímpio Alves Calixto

1940 - 2020

Um homem cheio de esperança e otimismo que trabalhou desde cedo pela família, seu grande amor!

Para Mara Lúcia “família é projeto de Deus” e falar sobre a trajetória seus pais, Rita e Olímpio, é quase uma tarefa impossível quando se trata de apresentar um legado de 81 e 80 anos, respectivamente.

Ela conta: “Um mineiro de Jequitaí e uma cearense de Baturité, que se encontraram em Viçosa do Ceará, onde toda a história deste casal começou... Nossos pais eram pessoas muito especiais e queridas, não somente pela família, mas também por todos aqueles que tiveram o prazer de conhecê-los. Falar deles no passado é difícil, porque, embora tenham ido para os braços do Senhor, muito de cada um deles está em nós.

Papai, mais calado, tinha um carisma que fazia com que as pessoas gostassem de estar perto dele. Mamãe, por sua vez, mais comunicativa, gostava de uma boa e animada conversa, e sempre tinha palavras sábias a compartilhar. Com muita facilidade, tornavam-se amigos dos amigos dos filhos e amigos dos amigos dos netos.”

Pessoas assim não querem a casa vazia, eles adoravam reunir amigos e pessoas. Tudo era motivo: aniversário, nascimento, casamento, vitória do Atlético Mineiro, Copa do Mundo, uma reforma na casa — qualquer conquista, por menor que fosse, jamais passava em branco.

Olímpio nunca quis se desfazer do apartamento da Rua Simão Mendes. Ele acreditava que, nas idas e vindas da vida, algum filho retornaria para encher novamente a casa. Nos últimos sete anos os filhos acolheram a disponibilidade do irmão mais velho e família de morarem com os pais, para poderem estar perto e ajudá-los durante a velhice. Olímpio ficou extremamente feliz por vislumbrar nisso a oportunidade de manter a tradição de uma casa cheia.

Olímpio e Rita nunca foram vistos se queixando da vida. Suas dificuldades eram enfrentadas com dignidade e a certeza de que tudo iria ficar bem. Ela sempre dizia que havia aproveitado bastante a vida e que tinha filhos maravilhosos. Ele estava sempre tranquilo, fazendo as coisas que lhe davam alegria, em especial acompanhar o futebol do mundo inteiro. “Recentemente, encontramos na gaveta de cabeceira de papai um envelope com os nossos diplomas universitários. A missão deles foi cumprida com maestria: filhos formados e encaminhados na vida”, conta Mara.

Ela relata também como os impactos da pandemia se abateram sobre sua família, mas reafirma que todos se sentem confortados por sua fé e pelas homenagens que prestaram aos pais durante suas vidas:

“Certamente, Deus nos dará o conforto e a aceitação de tão grande perda, embora a saudade e a ausência da convivência diária sejam os nossos maiores desafios.

Conforta-nos o fato de que nenhum dos dois sentiu a dor da perda do outro.

Conforta-nos saber que tiveram uma valiosa e competente assistência médica e hospitalar.

Conforta-nos reconhecer que sempre os homenageamos e os honramos em vida, demonstrando o nosso amor de todas as formas. No cuidado diário, no Dia das Mães, no Dia dos Pais, aniversários de casamento e nos Natais, nossa data mais apreciada do ano. Nos 70 anos deles fizemos duas lindas comemorações, com a presença de toda a família e de amigos queridos. A Missa e as Bodas de Esmeralda e Bodas de Ouro foram um primor. Nos 80 anos tivemos que nos restringir à família, mas foi uma comemoração igualmente repleta de alegria e emoções verdadeiras.

Fizemos tudo o que pudemos para homenageá-los postumamente. Agradecemos pelos pais que tivemos, lúcidos e felizes até os seus 80 anos. Não somente nós, os filhos Roberto, Mara, Djanira e Isabel, mas também genros, noras e netos, agradecemos todas as orações e as manifestações de solidariedade e conforto, presenciais ou não, que nos foram enviados durante toda esta dolorosa jornada.

Por fim, elevamos uma prece especial a Deus para que receba, Rita e Olímpio, pela fé que cultivaram em suas vidas e pelo amor que compartilharam com o próximo.

Pai... Mãe... nos encontraremos na Eternidade. Obrigado por tudo!”