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Oliveira José da Silva

1940 - 2020

Fazer surpresas e contar piadas expressavam seu melhor jeito de amar.

“Um pai que era uma mãe”, assim sua filha Francilda descreve seu pai e diz que muitos momentos ficarão eternizados no seu coração.

Oliveira tinha a família como o maior de seus bens. Seu prazer era ver todo mundo reunido para o almoço de domingo. “Era protetor, amigo, companheiro, estava sempre do nosso lado e quando estávamos tristes ou com algum problema, logo aparecia contando uma piada e tudo acabava em gargalhadas”, conta sua filha.

Oliveira adorava fazer surpresas em dias especiais. Em 2019, no Dia das Mães, conta sua filha que ele lhe entregou um envelope contendo um bilhetinho e pétalas de rosa. Ela olhou sem entender e ele lhe disse que “havia comprado uma rosa, mas como não cabia, arrancou as pétalas e colocou dentro do envelope”.

O chocolate para o neto, já com 27 anos, não podia faltar em certos dias festivos. Como adorava fazer surpresas, “ia cedinho na padaria, só para comprar o pão quentinho para suas ‘meninas’, como ele nos chamava”, conta a filha.

Ver os filhos e netos felizes era a sua maior felicidade. Oliveira vivia para a família e “deixou um legado para todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo”, dizem os amigos.

A paixão que avô e neto tinham um pelo outro era bonita de se ver. Conta Francilda que “os dois se adoravam demais, tanto que meu filho estava planejando se casar e queria que ele entrasse na igreja junto com eles”. Um desejo que foi interrompido com a partida do avô.

“Sabia que meu pai é o grande amor da minha vida?” Conta Francilda que seu pai adorava quando ela fazia esta pergunta para alguém com quem ele conversava. Diz ela que “são tantas coisas para falar, mas as lágrimas não deixam”.

Sinônimo de alegria, Oliveira está sendo recebido no Céu com muita festa. O vazio que ele deixou é imenso, mas há a certeza de que ele cumpriu muito bem sua missão, “foi um espetacular pai, marido, avô, tio e amigo".

"Descanse em paz, meu pai, nós te amamos!”, assim se despede sua filha Francilda, a “Cida, minha menina”, como diria ele.

Oliveira nasceu em Juazeiro do Norte (CE) e faleceu em São Paulo (SP), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Oliveira, Francilda Silva Mariquetti. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Míriam Ramalho, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 4 de novembro de 2020.