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Otávio Lourenço Luna

1964 - 2021

Para expressar a própria alegria e gratidão, brincava dizendo que a esposa era a mulher mais feliz do mundo.

Otávio, filho de Dagmar e Paulo, cresceu entre seis irmãos — Paulo Henrique, Márcio, Marco, Alexandre, Gerson e Márcia — e a eles era muito apegado. Não era o filho mais velho, mas era considerado “o mais ajuizado”. Foi o chamado "arrimo da família", no sentido de que estava sempre disposto a orientá-los e não poupava esforços para ajudar no que fosse necessário.

Trabalhou como taxista. Prestativo, muito além do que somente na profissão, gostava mesmo era de ajudar as pessoas. Inclusive, quando esteve no hospital disse à equipe: “não posso me demorar por aqui, tem pessoas que precisam de mim”. Ele tinha pressa de viver e de ser feliz.

Amou muito sua esposa Olanir. Conviver com o casal era motivo para acreditar na existência do amor verdadeiro. Foram companheiros em todas as circunstâncias e para eles não tinha tempo ruim. Se decidiam inesperadamente viajar, jogavam as mochilas no carro e ganhavam o mundo. Reproduzindo a fala de Otávio, sua cunhada Patricia relembra sua forma espontânea e brincalhona de tratar a esposa: “Ele olhava para ela e dizia: 'essa é a mulher mais feliz do mundo'”, arrancando risadas de todos ao redor.

Otávio teve dois filhos: Rafael e Vitor, que foram seus grandes amores. Extremamente dedicado na missão de pai, esteve muito presente na educação deles, tanto que ambos, ainda que muito jovens, já estão bem encaminhados na vida. “Os dois rapazes têm o caráter e a dignidade herdados do pai”.

Para Otávio, churrasco entre amigos era motivo de diversão garantida. Ele geralmente assumia o posto na churrasqueira, mas se por acaso alguém desempenhasse essa função em seu lugar, ele brincava “está me representando direitinho!”. Gostava também de usar o bordão “quem mandou vocês não estudarem? ”, sempre que postava uma foto no grupo da família, ou tomando uma cervejinha, ou comendo camarão na praia.

Otávio gostava muito de ler e era bastante estudioso. Vários assuntos o interessavam, como ciências, saúde, inteligência emocional, universo e Deus. Seus livros preferidos eram a Bíblia e “O Segredo”.

Muito simples, era uma pessoa que sabia expressar gratidão. Tratava todos com o mesmo carinho e respeito. Sem distinção, lidava com todos com a mesma sinceridade, um belo sorriso e bastante cordialidade. Por esses motivos, era um ótimo amigo.

Otávio nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela cunhada e amiga de Otávio, Patricia Lara da Silva. Este tributo foi apurado por Saory Miyakawa Morais, editado por Ana Helena Alves Franco, revisado por W. Barros Dantas Paniágua e moderado por Rayane Urani em 6 de agosto de 2021.