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Paulo César Dionísio Silva

1969 - 2020

Um sorriso largo e iluminado. Um amigo pronto para estar contigo no que der e vier.

Paulinho era um ser humano benevolente que não media esforços para ajudar o próximo. Ser humano iluminado que irradiava felicidade. O Paulinho sempre estava disposto a te ajudar, da melhor forma e de todas as formas.

Homem de fé e religião, era devoto de São Jorge e de Nossa Senhora de Aparecida.

Tinha um carinho especial com sua família, principalmente após a perda de sua mãe. Paulinho era só dedicação ao seu pai José e a sua irmã Ana.

Foi casado com Silvana. Namoraram desde a adolescência e constituíram família, cresceram juntos. Era louco por sua filha Amanda e sempre chegava em casa falando: “Filhaaa, papai chegou! Cadê o beijo do papai? Tudo bem, filha?"

Como era feliz nas rodas de pagode no quintal da casa do seu "papai", que carinhosamente recebeu o nome de Praça Amanda Gabriela, em homenagem a sua filha! Lá, se reunia com toda a família e sobrinhos. Adorava samba. Desde que colocou seus pés na Unidos da Tijuca, se apaixonou, virou Harmonia nota 10!

Outra de suas grandes paixões era sua profissão junto ao Exército Brasileiro, falava de suas missões com honra e fervor. Ficou um ano servindo no Haiti, em missão de paz. Voltou um ser humano melhor ainda. Lá, no Exército, ganhou o apelido de "Paulinho Haiti", a patente de tenente e muitas lições de vida.

A única coisa que tirava o Paulinho do sério era uma derrota do seu mengão! Flamenguista nato, não perdia um jogo do Flamengo, independente do local. Tirava seu celular e ali ficava, concentrado para não perder um lance sequer.

Incentivava todos a aproveitar a vida e a viajar. Curtir amigos e conhecer lugares. “A vida foi feita para ser vivida”, ele sempre dizia. Todos amavam seu sorriso e sua energia contagiante.

“Cresci vendo o Paulinho próximo a mim. Sempre me incentivou a estudar. Era excelente em matemática, sempre foi meu professor, em período escolar. Sempre me convidando para suas viagens, dizendo que deveria aproveitar mais a vida", conta a cunhada Susana.

"Vou lembrar-me dele com os sobrinhos no Natal, anunciando a chegada do Papai Noel e fazendo as orações, sempre agradecendo por estarmos todos juntos e com saúde. Como fazia a noite ser mágica e especial! Na ceia, não podia faltar o pastel: 'Já fizeram meu pastel? Silvaaaana, cadê o pastel?'. Já era uma marca registrada", complementa a cunhada.

"Chegava nos almoços em família apertando minhas bochechas e mexendo com todos. Chegavam sempre, ele e sua alegria”, relembra Susana.

Paulo nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela cunhada de Paulo, Susana. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Cassio de Campos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de agosto de 2020.