1969 - 2021
Fazia churrasco só para reunir a família e os amigos. Era nesses encontros que divertia a todos com seus bordões.
Paulo César era brincalhão. Amava dar apelido para os outros. "Alguns o chamavam de chato, mas um chato legal, engraçado, de um jeito bom" - lembra a filha Keila. Apelidou tanta gente, que acabou sendo apelidado. Passou a ser conhecido como “Enfaroso”. Apesar da escolha da palavra, todos gostavam de Paulo.
Era um homem muito pacífico, conversava sempre com calma. Acessível, gostava e estava sempre pronto a ajudar quem quer que fosse.
Alegre e de bem com a vida, conhecia muita gente e se dava bem com todos. Nas rodas de conversa, usava uns bordões engraçados que arrancavam gargalhadas.
Tinha o pensamento positivo para qualquer dificuldade. O otimismo era uma marca registrada de Paulo César. Se alguém estivesse com problemas ou preocupação, bastava conversar com ele para começar a ver as coisas de outra forma.
Profissionalmente ele queria seguir os passos de seu pai e trabalhar como caminhoneiro, mas firmou-se mesmo no transporte escolar. Vivia alisando o seu veículo que, embora ele chamasse de Kombi, na realidade era uma Van.
Falando nisso, tinha uma verdadeira paixão pelas kombis. Tanto que quando andava com os filhos pelas ruas, não perdia uma de vista e lhes apontava todas que passavam.
Paulo gostava muito de estar com a família, fazer churrasco, tomar uma cervejinha, mas dizia que, na verdade, seu prazer maior não era propriamente o churrasco, mas o "poder se reunir."
Com sua partida esses encontros nunca mais serão os mesmos. Aqueles que costumavam se reunir com ele, sentem muito em ficar sem sua alegria, seus bordões e seu otimismo.
Paulo nasceu em São Borja ( RS) e faleceu em São Luiz Gonzaga RS, aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Paulo, Keila Silveira Monteiro. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Vera Dias, revisado por Bettina Florenzano e moderado por Rayane Urani em 27 de julho de 2021.