1977 - 2020
Era talentoso e dedicado. Bom de bola e de bandolim.
“Quando criança, Paulo César tinha mania de desenhar jogadores de futebol na colcha da cama”, conta a irmã Ana Lúcia, recordando as peraltices de um menino cheio de energia. O pai de ambos, para manter o filho ocupado — e salvar a integridade da roupa de cama da família —, colocou-o para aprender a tocar bandolim.
A música tornou-se uma de suas paixões. Com apenas seis anos, o garoto já se apresentava no programa do César Moreno, fazendo bonito na rádio Rio de Janeiro.
Sempre tendo o pai como professor, logo aprendeu também a tocar teclado. Participou como músico em alguns grupos como Di Menor, Grupo Nova Geração e Grupo Senzala. Colaborou ainda com o Grupo Revelação, entre outros.
O fascínio pelo futebol não ficou apenas nos rabiscos da infância. Paulo César chegou a tentar arriscar-se profissionalmente nos gramados. Porém, foi esforçando-se no trabalho como taxista, que conseguiu pagar a faculdade de Direito e, muito inteligente, ser aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já na primeira tentativa.
Ana Lúcia conta que o irmão era estudioso e vinha preparando-se para realizar mais um sonho, o de passar no concurso para delegado: “Estava na melhor fase da vida, já advogando na área criminal e montando seu escritório quando foi acometido por este terrível vírus”.
Paulo César deixa a companheira, dois filhos, a mãe e dois irmãos que sentem demais a falta de sua presença, de sua companhia, de sua dedicação e de seus inúmeros talentos.
Paulo nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 43 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela irmã de Paulo, Ana Lúcia Souza de Paula. Este tributo foi apurado por Jonathan Querubina, editado por Renata Meffe, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.