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Paulo Cezar de Medeiros

1964 - 2020

“Ele era gordinho porque seu coração era enorme e não caberia num corpo magrinho”, brinca a sobrinha.

Dr. Paulo, Lollo ou Tio Bolinha. Paulo Cezar atenderia por algum desses três dependendo da situação.

Ele tinha uma letra linda. Era advogado, membro da OAB e ajudou muita gente durante sua carreira.

O que mais gostava de fazer era churrasco - sua picanha era a melhor do mundo - e pescar. Ele colecionava manias. Usava o copo de lado pois dizia que o nariz atrapalhava... (risos). “Ele também imitava os gestos da minha avó, o que era muito engraçado”, lembra a sobrinha Tati. “Em todos os shows do Roberto Carlos”, continua ela, “o tio dizia que meu pai estava dedicando aquela música para minha mãe, só que eles são separados”.

Lollo estava sempre rindo e não economizava nas histórias engraçadas. Ele gostava muito de música e até cantou no coral. “Ele tinha a voz forte e em todos os aniversários ele puxava: Pra fulano nadaaa!, e a gente respondia: tuuudooo”. Brincalhão e alegre, ele tinha um papel fundamental na família: o de agregar todo mundo. “A maior virtude dele era ser agregador. Todas as nossas festas de família eram na casa dele”, conta ela.

Foi um filho maravilhoso, pai exemplar de Thales Alexandre e Victor Matheus e um marido maravilhoso para Noemi, com quem se casou aos 19 anos.

Quando Tio Bolinha foi hospitalizado, fez uma oração. Nela, agradeceu à equipe que cuidava dele e pediu a Deus que protegesse sua família, amigos e a equipe de médicos e enfermeiros.

Paulo nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em Mogi das Cruzes (SP), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Paulo, Tatiana Barbosa. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Ticiana Werneck, revisado por voluntário e moderado por Ticiana Werneck em 24 de junho de 2021.