Paulo Sanchez

1963 - 2020

Um ser de luz, que transcrevia amor e bondade em poemas.

No dia 19 de junho de 1963 nasceu um “Anjo sem Asas”. Era assim que a irmã Antonia se referia a Paulo. “Paulinho sempre foi um ser extraordinário, muito alegre, falante, de uma imensa bondade e inocência. Em seu rosto, o sorriso era parceiro constante”.

Era portador de uma síndrome que lhe causou deficiência intelectual. Mesmo assim, aprendeu a ler e a escrever. “Passava todos os seus dias escrevendo e copiando poemas”, lembra a irmã.

Morava com sua mãe que se dedicou ao filho durante toda a vida. Zelosa e carinhosa, Dona Aparecida vivia em função desse filho. “Ela sempre dizia para que Deus olhasse por ela e não a levasse deixando seu filho”, conta Antonia.

Amor e cuidado eram as palavras-chave transcritas por Paulo dos poemas para a relação com a irmã e a sobrinha. Conta a irmã que “Corinthians era seu time do coração até sua sobrinha nascer e fazê-lo virar palmeirense”. Tudo para agradá-la.

Adorava encontros de família, viagens, passeios, tudo que remetesse a festa, alegria, vida!!! “Sua história foi escrita entre muitas doenças, porém, nada o fazia sofrer ou reclamar”, lembra Antonia.

Após o diagnóstico de covid-19 e a internação da mãe, Paulo também adoeceu. Segundo Antonia, "além de Anjo sem Asas, ele foi um Guerreiro”.

Após vinte e seis dias da morte da mãe, Paulo também partiu. “A preocupação da minha mãe era deixar o filho. Agora, ambos estão juntos novamente”, complementa a irmã.

Apesar da dor imensurável, algo que conforta Antonia é que mãe e filho não sofreram com a partida e o luto um do outro. “O que me acalenta é o fato de minha mãe não ter sofrido a despedida de seu filho, assim como meu irmão não sofreu com a partida de sua mãe”.

Esse ser especial, esse ser de luz, esse Anjo sem Asas criou asas e voou. Agora escreve em outros planos seus poemas.

O tributo de Aparecida Dinardi Sanchez, mãe de Paulo, também está publicado nesse Memorial.