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Pedro Benedito Filho

1967 - 2020

Através de sua música e de sua alegria, falava de Deus nos encontros com a família e amigos.

Pedrinho, como era chamado pelos mais próximos, dava tudo para estar com a família. Nestes momentos, gostava de tocar violão e o fazia muito bem. Músicas cristãs, louvores e MPB estavam entre as mais tocadas. Incentivou os sobrinhos a gostarem de música, ensinando-lhes tudo o que sabia.

Além de tocar, também amava cantar. Fosse sozinho, com a esposa, a sobrinha, a mãe ou os irmãos, o importante mesmo era ligar o karaokê e fazer a festa.

Nem mesmo o câncer de boca ─ que chegou a mudar seu rosto e sua voz ─, impediu que Pedrinho seguisse animado e cantando.

Casou-se com Daniele, uma mulher sorridente e alto-astral, com quem teve os filhos Matheus, Pedro Henrique e Arthur.

"Era o 'tio bobo' da minha irmã e o tio do coração para mim, pois foi para ele que Deus revelou o meu problema no coração. O melhor amigo do meu pai e o companheiro do café da tarde de todos os dias da sua mãe, a Nana", relembra a sobrinha Karina.

Pedrinho também era bom em imitar as pessoas: um verdadeiro artista. Sabia contornar situações ruins com sabedoria e, ainda por cima, arrancar sorrisos de todos. "Pensando bem, era o único com motivos para reclamar, mas não, ele sempre fazia piadas e enchia todos de motivação e otimismo. Ele nunca reclamava", analisa a sobrinha.

Trabalhava de sol a sol para dar o melhor aos filhos e à esposa. Era dono de uma empresa de construção civil e, por sua animação e desapego, era amado pelos funcionários.

Karina relembra: "Na empresa havia um caminhão, e a gente ria disso, pois com não era um caminhão muito novo, constantemente dava trabalho demais. Como ele dependia do caminhão para trabalhar, não tinha outro jeito".

Nunca deixou de viver o presente como queria. Pode até não ter juntado nada nesta vida, mas viveu intensamente com a família. Depois de sua partida, ficou claro que esses momentos foram bem mais valiosos que qualquer quantia em dinheiro.

Pedrinho sempre foi inteligente, um "sabidão". Era referência nesse quesito. Procurava saber muito sobre a Bíblia e, com sua voz e os diversos instrumentos que tocava, adorava a Deus na igreja. "Falava bastante sobre Ele e usava diversos exemplos fáceis de entender. Também falava sobre como seria a volta de Jesus. Ele entendia bem sobre isso", afirma a sobrinha.

Para a família e amigos ficaram inúmeras recordações, entre elas um áudio onde Pedrinho dá os seguintes conselhos:

"Às vezes você dá o seu melhor tempo para quem não vai ficar com você. Quando você estiver só, à sua volta estará a sua família.

Não se canse de ser bom, a bondade traz felicidade.

Nunca se aparte de Deus, Ele é o único que te dá segurança."

Pedrinho ensinou exatamente o que praticava.

Pedro nasceu em Terra Rica (PR) e faleceu em Cuiabá (MT), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Pedro, Karina Cristina Kopper. Este texto foi apurado e escrito por Rayane Urani, revisado por Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 11 de janeiro de 2021.