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Raimunda Bonfim Silva

1963 - 2020

Atrás das portas do seu salão de beleza, atendia clientes e distribuía gentileza e doçura.

Mulher de vida simples, regada a trabalho e generosidade. Maranhense, três filhas e um casamento de cinco décadas, cheio de amor e companheirismo com Antônio. "Meus pais foram feitos um para o outro", conta a filha Lidiane.

A cabeleireira Raimunda, ou Dona Raimundinha e Dona Ray, como era conhecida, era apaixonada pelo seu salão. Ali ela vivia os prazeres de uma generosa e caridosa mulher. "Cada senhora que passava na rua pedindo ajuda, ela abria a porta e pedia para entrar, dava café, lanche e sempre tentava socorrer", descreve Lidiane.

Foi amada pelos seus clientes e por quem teve o prazer de conhecê-la. Amava reunir a família, ir à igreja e cuidar de suas plantas, com quem conversava todas as manhãs.

"Minha mãe era a rainha da casa; a cada aniversário de algum membro da família, ela sempre inventava uma festa surpresa. Por mais que já esperássemos, fazíamos aquela cara de espanto e era espetacular", finaliza a filha.

Sempre com um sorriso no rosto, doçura nos lábios e uma dedicação constante ela partiu. Deixa saudade e um pedido: "Não esqueçam de regar as minhas plantinhas".

Raimunda nasceu em Bacabal (MA) e faleceu em Maracanaú (CE), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Raimunda, Lidiane Bonfim Silva. Este tributo foi apurado por Mateus Teixeira, editado por Stefhanie Fernando, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 30 de novembro de 2020.