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Raimundo Januário Ferreira

1960 - 2020

O amor vence qualquer barreira.

Adorava músicas internacionais, mas não era fluente em inglês. No entanto, isso nunca o impediu de cantar a sua maneira. Um dia, numa das cantorias, soltou a palavra “thweisa” o que acabou virando um apelido carinhoso e divertido.

Trabalhou como autônomo em transportes de cargas e tinha muito amor e orgulho de sua profissão e também da família que formou. Apaixonado pela esposa Rose e pelos filhos Regiane, Robson e Éverson, que também amavam muito o pai.

Comemorava com muita alegria o sucesso profissional e pessoal dos filhos, de poder ter possibilitado a todos uma formação acadêmica e de vê-los casados, construindo suas próprias famílias. Amava os netos e voltava a ser criança quando estava correndo e brincando com eles. Adorava se reunir com seus irmãos e filhos para um bom churrasco. Às vezes, a vontade de estar juntos era tanta, que ele não podia esperar o final de semana. Raimundo convocava todos durante a semana mesmo, e a família comparecia com muito gosto, como jogadores escalados para uma partida importante.

Gostava de ouvir músicas, beber uma cerveja e reunir-se com os amigos. Tinha mania de arrancar os pelos da sobrancelha. Apaixonado pelo Palmeiras, não conseguiu fazer com que todos os filhos amassem o mesmo time. Só Everson vestiu a mesma camisa. Mesmo doente de amor pelo verdão, aceitou com muito prazer as duas noras e o genro corintianos.

Estava sempre disposto a ajudar quem precisasse, nunca conseguiu negar nada a ninguém. Tinha uma facilidade tremenda para fazer amigos. Era alegre e espalhava bom humor e felicidade por onde passava. Raimundo vivia para fazer o bem. Sempre ensinou aos filhos sobre a importância da união familiar e da presença. Falava sobre a importância de ajudar o próximo e dizia que o amor vence qualquer barreira.

Os que aqui ficaram, lembram-se de Raimundo todos os dias. Não com tristeza, mas sim com amor. Porque, como ele dizia: "o amor vence qualquer barreira, inclusive a da saudade".

Raimundo nasceu em Braúna (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Raimundo, Regiane Lopes Ferreira da Silva. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Bárbara Aparecida Alves Queiroz, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 27 de novembro de 2020.