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Raimundo Pires de Mello Filho

1954 - 2020

Sua inteligência, honestidade e capacidade de comunicação eram marcantes. Adorava conversar sobre tudo.

Conhecido como Melinho por causa do sobrenome, foi uma pessoa admirável. "Meu pai respeitava as pessoas, fazia o possível para ajudar quem precisasse, por mais que isso lhe custasse. Queria ver todos bem", conta a filha Ana Cristina.

Melinho tinha uma memória fotográfica, passava horas lendo e estava sempre antenado com as notícias do mundo.

Gostava de filmes de faroeste e, falar de Melinho, para a filha, é falar de futebol. O esporte era uma paixão desde a infância, pois o pai de Melinho, o Mello, foi jogador profissional. "Meu pai amava o futebol, enxergava a arte neste esporte, tanto que não se prendeu a um só time ─ ele era palmeirense e botafoguense", diz Ana Cristina.

Era preocupado com o futuro de seu único neto e não cansou de lhe dar muitos conselhos e ensinamentos.

Foi um guerreiro ao conviver com a temida diabetes por vinte e cinco anos.

Ana Cristina conta teve um sonho de despedida com o pai, com direito a trilha sonora de uma canção italiana e lamenta: "Pareceu tão pouco tempo todos esses anos que vivi ao seu lado, a sua ausência é algo tão difícil de lidar. Assim é a vida, um dia haveremos de nos encontrar, papai. Jamais o esqueceremos. Que Deus o abençoe em sua nova jornada".



A homenagem abaixo foi adaptada a partir de um post feito pela irmã de Raimundo, Rosemary Assunção de Mello, em uma rede social, por ocasião do aniversário dele, que seria comemorado em 15/10/2020:

Parabéns, mano querido que hoje se encontra no Mundo Espiritual, acolhido pelos entes queridos que lá já estavam.

O nosso "papagaio falante" nos deixou tão rápido... Até parece que ainda está entre nós. Seu carinho pelos filhos e netos era forte, tanto que, se pudesse, daria sua vida por eles para que nunca sofressem.

Conhecia de tudo um pouco: adorava futebol, política, História e gostava de jogar conversa fora...
Assim era meu irmão, que nos deixou uma saudade imensa.

Temos fé e a certeza de que está bem e sendo amparado pelo seu anjo da guarda. É certo também que nosso amor e carinho é eterno e que iremos nos reencontrar um dia.

Que prossiga a sua jornada nas luzes do bem, na companhia dos anjos, visitando o Universo e admirando novas estrelas no raio do amor de Deus. Mello, seja tu muita luz! Amém.

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Gilson, do Clube de Futebol Jovens Livres, também enviou sua homenagem ao amigo Raimundo:

Hoje partiu mais um amigo nosso de infância do bairro da Cachoeirinha. Seu nome: Raimundo Melo Filho ─ o Melinho ─, filho do Melo, um ex-jogador do Santos Esporte Clube da Cachoeirinha.

Melinho era um rapaz humilde e desportista desde criança. Não foi um artista da bola, mas foi um dos maiores incentivadores do futebol e muito dedicado ao Santos da Cachoeirinha, como era conhecido o clube que sempre amou.

Sua vida foi pautada na labuta desde cedo. Seus pais eram humildes, trabalhadores e honestos, e souberam dar educação de base muito boa a ele e aos seus irmãos. Quem o conheceu irá se lembrar da figura humana e ímpar que Melinho era.

Hábil nas tratativas com as pessoas, buscava sempre o consenso.

Não sabemos o que nos espera no futuro. Temos que estar preparados para os entraves da vida; no entanto, apesar de tudo, a vida nos pregou uma peça e nós estávamos desprevenidos.

Melinho, siga agora seu caminho do outro lado do espelho, sua trajetória será traçada em outro plano. Ficaremos aqui para garantir que sua passagem não foi em vão. Seja eternamente feliz, amigo!

Raimundo nasceu em Manaus (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha, pela irmã e pelo amigo de Raimundo, Ana Cristina Gomes de Mello, Rosemary Assunção Mello e Gilson. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 14 de dezembro de 2020.