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Reginaldo Firmino de Oliveira

1965 - 2020

Pai amoroso e esposo maravilhoso que considerava Irinalva o grande prêmio de sua vida.

Dida, como era chamado, veio de uma numerosa família paraibana formada pela mãe, Dona Josefa ─ a quem ele amava e se dedicava ─, e por sete irmãos que nutriam um carinho muito grande por ele. Reginaldo não conviveu com o pai.

Começou a namorar Irinalva quando tinha 15 e ela apenas 12 anos, tornando-se seu primeiro namorado e único amor. Após seis anos de namoro e, apesar da pouca idade, Reginaldo tornou-se um marido exemplar na união que durou, ao todo, mais trinta e quatro anos ─ ele demonstrava um tipo de amor que era admirado por todos que conheciam o casal.

Foi um pai maravilhoso para Kellen e Michael. Essa paixão era tão grande que, no dia em que a filha nasceu, durante a visita à maternidade, desmaiou de emoção ao ver a primogênita.

Foi um homem trabalhador e que desempenhou várias funções: garçom, representante comercial, industriário e, em seus últimos vinte e cinco anos, trabalhou como mototaxista, profissão que amava, apesar dos riscos e do susto que passou ao sofrer um grave acidente em 2010.

Como consequência, ficou em coma durante um mês. Foi cuidado como criança pela esposa durante um ano e, ao se recuperar, tornou-se um homem ainda melhor: mais amoroso, alegre, extrovertido e, acima de tudo, grato demais à esposa pelos cuidados que ela teve com ele. Em relação a essa experiência, costumava dizer para todo mundo que Irinalva era sua “bola de ouro”.

Bastante caseiro, quando voltava para casa após um dia de trabalho, só queria descansar para enfrentar o dia seguinte. Cozinhar não era o seu forte, mas comia tudo com muito gosto. Amava a vida e ir à praia. Era alegre e gostava de ouvir louvores.

Tinha o Flamengo como seu time do coração e era apaixonado por jogar uma pelada aos domingos, mas as limitações decorrentes do acidente tiraram-lhe essa grande paixão.

Dida tinha muitos sonhos e era amado pelos amigos. Com seu coração grandioso, gostava de ajudar. De uma integridade ímpar, não carregava vícios.

Quando partiu, deixou a amada desolada, mas com o coração cheio de gratidão pelo amor que lhe foi devotado, pelos anos de convivência e pelos filhos, frutos desse grande amor.

Reginaldo nasceu em Campina Grande (PB) e faleceu em Campina Grande (PB), aos 54 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Reginaldo, Irinalva dos Santos Oliveira. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 3 de fevereiro de 2021.