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Rejane Canuto de Andrade

1950 - 2020

Coração samaritano, chorava ao sentir a dor do outro.

Rejane era conhecida na família como alma bondosa e protetora dos oprimidos, pelas injustiças da vida. Advogada aposentada e tia amada, tinha no peito um amor imenso demonstrado ao ajudar o próximo.

Chorava quando falava sobre a dor de alguém, fosse um amigo, alguém da família ou um colaborador do trabalho, para ela não existiam empecilhos para estender a mão ao necessitado.

Rejane era aquele tipo de filha que vivia tentando realizar os sonhos dos pais. Uma vez, acompanhou o pai, Alonso de Andrade, em uma viagem à África. E como aqueles momentos a encheram de felicidade!

Alegre e divertida, tornou-se parceira e confidente de seus três sobrinhos: Amarilio, Vitor e Renata. Era absolutamente apaixonada por eles! Tratava-os com carinho e dedicação de mãe. Sempre esteve com eles em todos os momentos, desde viagens até momentos de vergonhas alheias, segundo a sobrinha, Renata.

Gostava de roupas de renda, sobretudo renascença e acessórios bonitos. Amava música brasileira e tinha um apreço por samba raiz, como Martinho da Vila e Beth Carvalho. Rejane Canuto era uma mulher forte e sensível ao olhar humano, não tinha medo de demonstrar suas lágrimas em apoio aos que precisavam. Afinal, possuiu como norte de vida o lema: "Quem não vive pra servir, não serve para viver".

Rejane nasceu em União dos Palmares (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 70 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha e pela cunhada de Rejane, Renata de Andrade Monteiro e Gal Monteiro. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Leila Aurélia Falcão de Lima, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de outubro de 2020.