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Rejane Santana da Silva

1977 - 2020

Ela era aquela pessoa que te ouve na insônia, que sabe da sua vida e que soma amizades por onde passa.

Abaixo estão relatos de amigas de Rejane, reunidos por Ana Paula e Patrícia Silva de Souza, entre as muitas que a descrevem:

Ana Paula:
"Rejane conheceu seu esposo, Rosival, aos 17 anos e viveram juntos por quase 24 anos, oficializando a união em 2007, na igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição de Uruçuca. Desta união nasceram dois filhos, Gabriel e Gabriela. Mesmo com o casamento, sempre esteve nos braços dos pais, que eram seu abrigo. Rosival trabalhava fora e sempre a convidava para acompanhá-lo, mas Rejane nunca teve coragem de abandonar os pais. Na vida profissional, foi dedicada, ingressou na Uniclin em 2000. Com 20 anos de casa, era o braço direito do proprietário.

Conheci Rejane na clínica e logo ficamos amigas e confidentes. Tínhamos o mesmo ideal, éramos mais que colegas de trabalho, nossa amizade era para a vida. Saíamos nos finais de semana, sem hora para voltar. Bons tempos que não voltam mais! Carinho e cumplicidade, foram quase 20 anos de amizade e mesmo quando fui para outro estado, mantivemos o contato. Quando retornei à minha cidade, meus amigos, inclusive ela, fizeram o meu 'aniversário surpresa'. Foi um dia muito divertido, um reencontro. Sempre que possível, íamos ao shopping nos finais de semana, sem marido nem filhos. Era muito divertido."

Rejane Santana:
“Falar de Rejaninha não é, sob nenhuma hipótese, uma tarefa difícil! Eu a conheci quando ela ainda trabalhava na prefeitura. Nosso encontro terreno foi a certeza de que uma linda amizade estava se iniciando, para uma troca mútua de sentimentos puros. A nossa irmã, minha xará, teve a passagem de um Anjo de Luz em nossas vidas e agradeço a Deus pela benção desse encontro. Tenho comigo as melhores lembranças daquele sorriso tão honesto e sincero e me alegro na certeza do reencontro! Acolhida em bom lugar, nossa querida irmã agora necessita do descanso da passagem e de um renascimento de glória e amor! Que Deus esteja com você, minha linda flor, Rejaninha.”

Lilian:
"Conheci Rejaninha há 20 anos. Ela me recebeu de braços abertos, levou-me muitas vezes para dormir e almoçar na casa dela, pois eu morava em Itajuípe. Às vezes, eu ficava para comermos acarajé e tomar uma cervejinha. Mas, como brigávamos com a balança, uma vez fizemos uma dieta que vimos em um programa na televisão, e contamos com a colaboração de tia Jane, sua mãe, que fazia nossas deliciosas comidas, foi um sucesso! Rejaninha, uma das melhores pessoas que conheci. Coração gigantesco, esbanjava um sorriso lindo, meigo e sincero! Poderíamos passar anos sem nos falar ou nos ver e, quando nos encontrávamos, era sempre a mesma coisa: 'Lilicaaaa!'. Lembrarei sempre com muita saudade desse sorriso meigo e lindo, dessa pessoa única, da nossa sempre Rejaninha!"

Patrícia:
"Para mim, Rejaninha não era só uma amiga, era uma irmã, uma pessoa da minha família. Estávamos sempre juntas, nos momentos mais importantes das nossas vidas, sempre dando apoio uma a outra. Fui sua madrinha de casamento, segurei Gabriella, na sala de parto. Quando meu pai morreu, ela ficou com minha mãe, dando apoio até o momento em que cheguei com o corpo. Rejane era minha companheira de insônia, dormíamos tarde, conversando através de mensagens pelo celular a madrugada toda, nos confidenciando e rindo também! Falávamos de tudo! Só não acontecia quando o esposo dela estava na cidade, porque eles ficavam sempre em lua de mel.

Isso sem falar dos momentos maravilhosos que curtimos no shopping, na casa dela, aqui em casa, e sempre comendo juntas os bolos de 'mesversários', que ela amava. Ela soube dar atenção a todas as amigas e à família de forma igual. Era aquela pessoa com quem a gente podia contar, estava sempre com um sorriso lindo e tratava a todos de forma muito especial! São lembranças que vão ficar para sempre. Louvo a Deus por todas as vezes em que falei: 'eu te amo como a uma irmã de verdade' e ela respondia: 'eu também te amo como a uma irmã' e completava: 'Você, Paula, Marcel...'. A saudade é grande, é muito difícil ter que dormir sem poder conversar com ela antes! O coração dói."

Cristiane Marcel:
"Rejaninha era minha irmã, confidente, minha melhor amiga, minha companheira de anos. Mesmo sem nos vermos todos os dias, ela nunca me abandonou, todos os dias nos falávamos, até no seu último dia de vida! Minha amiga de todas as horas, nas minhas maiores dores, foi quem esteve ali segurando minha mão. Tinha um coração tão grande e generoso que sabia repartir com amor e carinho todas as suas atenções, de maneira que ninguém ficava sem ela, sem suas palavras de conforto. Quando precisávamos desabafar, ela escutava, aconselhava e apoiava. Passamos por poucas e boas, sofremos juntas muitas vezes, sorrimos várias vezes também. Nós duas éramos tão ligadas, que nossos maridos tinham ciúmes. Quando uma viajava, sempre mandava mensagem, tínhamos um pacto de amizade e nossas famílias sabiam para quem ligar em caso de necessidade. Em qualquer situação, bastava ligar para ela e, na mesma hora, ela resolvia com a maior satisfação. Éramos muito grudadas!

Só tenho histórias lindas para contar de nossas vidas, amiga! Nunca vou te esquecer, vou te amar até meu último dia. O que passamos juntas nunca vai se apagar da minha memória e do meu coração!"

Meire:
"Rejaninha será nossa eterna amiga, irmã, companheira, comadre. Será sempre lembrada pelo desprendimento em tudo. Com sua bondade, se preocupava com todos a sua volta. Saudade tem rosto, nome e sobrenome. Saudade tem cheiro e tem gosto. Saudade é a vontade que não passa e a ausência que incomoda. Saudade é a prova de que tudo valeu a pena."

Nátila:
"Rê, uma ótima pessoa, uma cunhada excelente, amiga, meiga, carinhosa, educada, só nos resta saudade!"

Vanêssa:
"Rejaninha era uma pessoa muito boa, prestativa, principalmente com nossa família, sempre estava disposta a ajudar. Uma pessoa maravilhosa, que tinha um coração de ouro e sei que teve um legado aqui na Terra, por ter ajudado a muitos, tanto na Uniclin como em toda cidade. Nunca te esqueceremos. Que Deus te dê o descanso e a luz eterna."

Priscilla:
"Tímida, amiga carinhosa, mãe amorosa e presente, esposa apaixonada. Funcionária exemplar e dedicada, era um exemplo de cidadã, sempre atenciosa com aqueles que a procuravam. Seu olhar era calmo, a voz suave e serena, mas era guerreira, uma mulher brilhante e transmissora de paz e harmonia."

Angelita:
"Pessoa maravilhosa, prestativa, sempre pronta a ajudar, não media esforços para nada. Esse 'Bonita!' dela ficou na lembrança, assim como os pedidos para eu fazer lasanha para ela. Ela dizia 'Ei, bonita!', toda vez que ia conversar com as amigas."

Érica:
"Somos amigas há exatamente 20 anos. Vivemos os últimos momentos de vidas juntas, dias de lazer, que passamos juntas e foram incríveis. Compartilhamos momentos de encontros intensos e bem vividos. Saudades!"

Rejane nasceu em Ilhéus (BA) e faleceu em Ilhéus (BA), aos 43 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela amiga de Rejane, Ana Paula Nascimento e muitas outras. Este tributo foi apurado por Michelly Lelis, editado por Lúcia Bettencourt, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2020.