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Renato Moura Silva

1984 - 2021

Parceiro de todas as horas, virava as madrugadas com sua Tati, decorando bolos ao som de hits dos anos 80.

Renato gostava de soltar pipa, assistir filmes e séries - principalmente Naruto, um famoso anime japonês sobre um jovem ninja - e de brincar com crianças, mesmo não tendo filhos. Era um homem maduro, com alma de menino.

Sua característica mais marcante era ser brincalhão. Não desperdiçava uma oportunidade sequer para aprontar, e a sogra era a sua “vítima” preferida. Quando brincava, falava tão sério, que quem não o conhecesse bem, era capaz de acreditar em tudo o que ele estava dizendo. Dentre as tantas piadas, tinha o costume de dizer que a esposa Tatiana gostava tanto de alho como tempero, que o colocava no leite e nas sobremesas; embora as pessoas achassem um hábito estranho, acabavam quase acreditando.

Falava também, que Tati era muito “braba”. Um marido completamente apaixonado, isso sim é o que ele era; Tati era o amor da vida dele. A moça foi a primeira e única namorada de Renato. Conheceram-se ainda no cursinho pré-vestibular, ambos com 18 anos. Bastou uma troca de olhares e a relação caminhou da amizade para o amor, que durou no total quase dezoito anos de convivência, sendo nove deles casados.

Em alguns momentos, Renato era bastante caseiro; contudo, também gostava de sair para passear, comer fora, ir a festas de família e churrascos na casa de seu pai. Não via graça em sair sem a sua amada Tati, e gostava muito quando combinavam passeios em turma com outros casais de amigos.

Muito parceiro e cúmplice da esposa. Em certo período que ficou desempregado, passou a ajudá-la e se transformou no seu braço direito na arte de fazer bolos e cozinhar. Essa participação permaneceu mesmo após ele ter conseguido um novo emprego. Tatiana conta: “Às vezes, virávamos a madrugada decorando bolos, ouvindo músicas dos anos 80 e conversando sobre essa década maravilhosa que tínhamos bastante saudade.” Do mesmo jeito, amava a profissão de eletricista, e seu maior prazer e orgulho eram os quadros elétricos que montava, impecavelmente.

Tatiana finaliza dizendo: “Sempre digo a ele, em pensamento, para me esperar. Essa é minha esperança para seguir em frente: o momento do nosso reencontro”.

Renato era muito querido como filho, irmão, companheiro, genro, neto, primo, sobrinho e amigo maravilhoso que sempre foi. Deixou, juntamente com a saudade, muitas lembranças boas e engraçadas.

Renato nasceu em São Gonçalo (RJ) e faleceu em São Gonçalo (RJ), aos 36 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Renato, Tatiana Santos Gomes Silva. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Vera Dias, revisado por Luana da Silva e moderado por Rayane Urani em 17 de setembro de 2021.