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Rita Ana Souza da Silva

1941 - 2020

Gostava de abraços, dos aromas de limões e pimentas; tinha mãos cheirosas a coentro e andava cercada de gatos.

Sua teimosia infantil era proporcional ao coração maior do mundo.

Dona Rita era puro amor de mãe e sempre acreditou no melhor dos filhos, netos e sobrinhos.

Era carinhosa, calorosa e amante da natureza. Encantava-se com flores bonitas, animais de todo tipo e com a perfeição das frutas e dos vegetais. Gostava de cheirar limões e pimentas-de-cheiro. Cajus, pinhas, jacas, caquis, sapotis... as frutas traziam o doce para a sua vida. Era a maior comedora de jacas de que se tem notícia.

Confessou, antes de ir embora, que sentia saudades de uma fruta da sua infância, a quixaba.

Como uma boa interiorana, gostava de forró e de clássicos sertanejos. Era fã incondicional da banda Djavu.

Dona do melhor bolo de macaxeira, da melhor rabada e do melhor bolo-pudim que se pode imaginar e provar. Estava sempre pronta para elogiar as pessoas queridas e, apesar de sua teimosia, não deixou inimizades, pois seu coração era doce como as frutas e generoso e grande como a natureza.

Rita nasceu em Florânia (RN) e faleceu em Natal (RN), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Rita, Ianne Maria Souza da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 3 de fevereiro de 2021.