1960 - 2020
Tinha um jeito exclusivo de falar "te amo"; não com palavras, e sim com atos.
Este é um tributo que Alessandra escreveu para seu pai, Roberlei, em nome de sua mãe e de seus irmãos:
Todos que tiveram a oportunidade de conhecer o Roberlei tiveram também alguma história pra contar.
Ele foi um homem que onde passou, deixou sua marca.
Existiram dois "Roberleis": o que te fazia sorrir e o que te colocava na linha, para em seguida poder te fazer sorrir.
Alguns dos princípios mais presentes na nossa criação foi a fraternidade, afeição da família, sinceridade e companheirismo. Esse último muito marcante, visto que o Roberlei aparecia sempre na hora certa para prestar algum auxílio.
Italiano raiz. Deixou para nós um bocado de receitas (como comer um apetitoso ovo cozido em plena praia com 40°C), muito churrasco (a icônica costela gaúcha) e as melhores comemorações de natal, ano novo, festas juninas... Galinhas preta, pernil assado de Natal, fogueira com auxílio do Fusca sem banco, queima de fogos com direito a explosão com alta proximidade e emoção, entre inúmeras histórias engraçadas.
Seu legado foi de muita honestidade, amor pela família e muita alegria.
Deixou para nós muito conhecimento.
Nos ensinou a empinar pipa, fazer festas, comidas, reformar casa, caçar roedores, amar incondicionalmente os animais, amar incondicionalmente o Corinthians, e assim vai...
Devemos lembrá-lo como o grande homem que foi, rígido na nossa infância, mas sempre proporcionou tudo o que pode, dando uma infância muito alegre e abençoada não somente para seus filhos, como também para seus sobrinhos e netos.
Outro grande fato desse homem era o jeito exclusivo de falar "te amo"; não com palavras, mas com atos.
O que tornou ele um grande amigo, além de pai, tio, vô...
Como pai foi linha dura, sempre educando muito...
Não se importava que falavam pra ele que eu não parava de correr na escola. Ele sempre interrompia a pessoa e perguntava: "Mas em algum momento eles foram sem educação?" E a pessoa, sem graça, dizia que não.
Ele saia sorrindo e nunca brigou conosco por conta disso.
Como tio sempre proporcionou bons momentos, levava os meus primos pra assistir ao Corinthians, amava os carros, o que com certeza contribuiu na paixão deles, ensinou a empinar pipa, entre outras coisas de paizão que ele fazia.
Como vô, ficou doido quando o Nico apareceu, quando ele viu a carinha dele a primeira vez, foi um amor muito forte. Extremante babão.
Com o Davi, até chorou de emoção quando a Alessandra contou.
Fazia questão de estar perto deles, pra irritar, dar risada, dar presentes e mimar do melhor estilo "Roberlei".
Como filho, o Roberlei sempre foi muito preocupado com a vó (sua mãe), direto passava no portão com alguma história, só pra saber como ela estava.
Como amigo, ele era incrível.
Roberlei foi mais que um pai, Roberlei foi mais que um tio, mais que um avô...
Devemos um "obrigado" a esse ícone que nos deixou em terra, mas está lá nos céus olhando por nós.
Não se esqueçam, se algum dia vocês verem que o tempo está nublado, é porque ele está batendo na grelha pra fazer fumaça na churrasqueira lá de cima.
Roberlei nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa e pelos filhos de Roberlei, Rosana Isabel M Fontanezi, Alessandra, Larissa e Lucas Fontanezi . Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 16 de dezembro de 2020.