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Robert Melendre Nogueira

1986 - 2020

Sua alegria era viver: gostava de andar de moto, amava o mar e adorava ser corintiano.

Rapaz batalhador, Robert perdeu o pai aos 11 anos e começou a trabalhar cedo para ajudar a mãe e a irmã mais nova. Sua prima Juliana conta que ele tinha um coração enorme, uma imensa alegria de viver, era engraçado, carinhoso, determinado e amava o Corinthians. Também gostava de ir à praia e de andar de moto. Nunca recusava um churrasco.

Juliana diz que Robert era seu irmão de alma: “Passamos nossa infância juntos — eu, ele e mais uns dez primos — pulando no pé de ameixa da casa de nossa avó." Os anos passaram, todos viraram adultos e Robert tornou-se o padrinho da filha de Juliana. “Como ele amava a nega dele! Era assim que, carinhosamente, chamava a afilhada”, relata.

Ainda bem jovem, Robert encontrou um grande amor: “Eles tiveram um filho lindo, o Gabriel, que sempre foi o xodó do papai. Infelizmente, Gabriel perdeu o pai também aos 11 anos”, diz Juliana, afirmando que a tristeza para toda a família é enorme.

Ela lamenta a saudade “que parece não ter fim” e diz que os jogos do Corinthians já não terão graça sem a companhia do primo. “Nada terá mais graça sem ti. Mas uma coisa apenas me conforta, meu irmão: não é um adeus, é apenas um até breve”, despede-se Juliana, com o coração cheio de pesar, mas repleto de esperança.

Robert nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São Paulo (SP), aos 34 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela prima de Robert, Juliana Norberto Amaro. Este tributo foi apurado por Samara Lopes, editado por Renata Meffe, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.