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Roberto Luiz Pombo da Silva

1958 - 2020

Pai Beto acolheu, orientou e deixou um legado em forma de sementes que continuarão germinando pelo caminho.

As linhas abaixo foram escritas pelo primo de Roberto, Helio da Cunha Filho, e contam um pouco da trajetória e da missão de um homem comprometido com o seu chamado, o sacerdócio:

Pai Beto! Religiosamente conhecido, respeitado e 100% presente. Em seu coração, primos, sobrinhos e amigos viravam filhos e sempre cabia mais um. Bastava estar necessitado que o destino tratava de fazer a aproximação. Coração de porteira aberta para juntos, acharem o caminho certo.

Sua missão na Terra era fazer o bem, pregar o amor e, acima de tudo, acolher os necessitados. Era uma missão predestinada que bem cedo tomou o rumo certo. Foram mais de três décadas dedicadas à fé, firmes no sacerdócio, orientando e dando caminho para aqueles que, por qualquer motivo, entravam em sua vida.

E foram centenas de motivos que somaram os mais de três centos de filhos, isso mesmo! Quem cumpre o seu legado com seriedade e respeito, adquire também o dom de somar. E, pelos números, seu legado foi simplesmente criado para ele.

Ele pensava: "Pra que ter rede social se eu posso estar sempre presente?" Com esse pensamento, seus dias deveriam ter aproximadamente cinquenta e oito horas, afinal, para cumprir as tarefas de seu legado e ainda ter uma vida social perto de todos aqueles que o reconheciam como pai, só tendo esse tempo mesmo. Hoje, entendo o motivo dele acordar tão cedo e acordar todo mundo: era para ficar mais tempo juntos.

"Já tomou café?", "Já almoçou?", perguntava ele. Tanto cuidado e carinho precediam um berro de “Tô com fome!” Ah, o almoço era sagrado! Tinha que estar todo mundo junto.

"Vai dar certo" não era uma simples frase jogada ao vento por Pai Beto; era a certeza de que todos os anos de sacerdócio haviam sido a escolha mais perfeita a ser seguida.

E deu certo! Pai Beto pregou o bem, plantou o amor e deixou dentro de cada um de nós a semente de um caminho lindo. Devemos usá-lo como espelho para seguirmos firmes escrevendo a história que deixou para completarmos.

Roberto nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 61 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo primo de Roberto, Helio da Cunha Filho. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Gabriela Carneiro e moderado por Rayane Urani em 11 de dezembro de 2020.