1945 - 2020
A graça e a gracinha em pessoa, esse herói sem capa ensinou a levar a vida de forma mais leve.
Um amante da vida e da família. Assim era Ronan.
Segundo a filha Carolina, ele “reconhecia com muito respeito a guerreira que é nossa mãe, principalmente na sua dedicação para cuidar dos filhos Denise, Leonardo, Carolina e Karina”.
Ronan sabia das particularidades de cada filho, mas amava todos com a mesma intensidade. “Estava sempre preocupado e disposto a ajudar todos nós. E nos preparou para esse mundão, nos ensinou o quanto é valioso ser honesto, amar o próximo e fazer o bem”, afirma Carolina.
Costumava dizer aos genros e nora que, se casaram, então ele havia ganhado mais um filho ou uma filha.
E com esse coração gigante, o “vovozão” sentia enorme orgulho dos netos Gabriel, Bianca, Luiza e Lucas. “Levava, buscava, agradava com mimos, deixava mexer onde os filhos nunca puderam encostar a mão”, lembra com alegria Carolina.
Tinha um sorriso fácil e sabia conquistar sorrisos. “Ríamos muito de suas piadas, de tão sem graça que eram”, recorda a filha.
Outras lembranças de Carolina eram a dança da infância “tim tiririn tim tim” e o tal “popatapataio” que curava qualquer machucado. “Com toda certeza, foi o coração mais doce que conheci, meu primeiro amor, meu herói sem capa! Esse era nosso pai”, declara a filha.
E até os passarinhos sorriam cantando com seus cuidados ao deixar os farelos de pão na janela da mesa de café.
“[...] Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade”
Trecho da música Metade de Oswaldo Montenegro
“Ahhh, papai, parte de mim entende sua partida, a outra parte morre de saudades. Paizinho, tivemos você por tanto tempo e parece que foi tão pouco... O amor bem vivido é assim, sentimos falta.
Sua frase, ao final de cada telefonema agora, é a minha despedida: 'te amo tantão, grandão, muitão'", é assim que a filha Carol, a "Caçadirolinha", finaliza a homenagem ao seu amado pai.
Ronan nasceu em Araguari (MG) e faleceu em Uberlândia (MG), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Ronan, Carolina Lourenço de Oliveira Carvalho. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Denise Stefanoni, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de maio de 2021.