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Rosália Maria Fragoso Sotero Ramos

1965 - 2021

Apaixonada por mandalas, sua arte vinha do coração e perpetuava entre os seus.

Rosália era uma artista. Pintava desde telas a óleo até tecidos, se envolvia em corte e costura e também no tricô, mas foi nas mandalas que descobriu sua paixão. Pintá-las lhe fazia tão bem que ela passava horas naquilo como uma espécie de terapia, pontinho por pontinho.

Sua arte era feita com bastante amor e dedicação. Seu filho, Victor, conta que ambos estavam planejando montar um ateliê até o final do ano para que ela pudesse vender suas produções. Ele, que é designer gráfico, se diz completamente inspirado e incentivado pela mãe na escolha da profissão.

Zália, como era chamada pelas amigas, adorava uma resenha e tinha um coração muito bom. Tanto que todo esse afeto voltava sempre para ela como profunda gratidão daqueles a quem ela um dia havia estendido a mão.

Pensando bem, Rosália é a própria representação de uma mandala: um círculo onde se dá e se recebe luz, um interior transbordando de cores e uma forma de existir que simboliza que a vida nunca acaba.

Rosália nasceu em Maceió (AL) e faleceu em Maceió (AL), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de Rosália, Victor Sotero. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Míriam Pimentel, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 31 de maio de 2021.