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Rosalina Maciel Moia

1948 - 2020

Tinha um jeito único de andar, se movimentar e olhar, que faziam jus ao trocadilho "Rosa Linda".

Rosalina, “Rosa” ou “Rosinha” marcou sua história sendo uma mulher sábia, solidária, fervorosa e amorosa.

Conhecida por muitos e por longa data como professora Rosalina, era sensível e dedicada aos seus tantos alunos do Ensino Fundamental ou de Magistério das mais diversas cidades por onde andou, como Florianópolis, Belém, São Miguel do Guamá e Mosqueiro.

Gostava de ensinar mais do que os conteúdos dos livros, ensinava sobre virtudes, fé, justiça, resiliência, paciência e determinação para vencer na vida e ser feliz. Missionária da Igreja Católica, dedicou-se por muito tempo aos grupos de casais de comunidade. Inclusive, ajudou José, seu marido, a construir uma capela no Maraú, um lugar ermo, com a esperança de fomentar a espiritualidade do povo.

Rosinha foi mulher batalhadora, que se espelhava na força da mãe protetora, Dona Paula, a quem muito ajudou a cuidar dos outros filhos, seus seis irmãos, lutando contra a fome e contra outros aperreios da vida.

Encontrou um bom homem em seu caminho, ainda na flor da juventude. José Maria, quem lhe deu um novo sobrenome e levou muito a sério a recomendação da sogra, Dona Paula: "Toma conta dela, tem a saúde tão frágil..." Mal sabia Dona Paula que, dali por diante, Rosinha iria desabrochar ainda com mais força e vigor.

Teve três filhos, perdendo o do meio muito cedo, ainda bebê, ficando com um casal. Por José, pelos filhos, depois pelos cinco netos, genro e nora, seguiu trilhando um caminho de amor e dedicação, solidária como sempre.

“Apoiadora de sonhos, conselheira contínua, sempre tinha uma lição, uma reflexão, mesmo que com meias-palavras, mesmo quando o assunto era regado a gargalhadas”, relembra Edna Cristina, sua filha.

Seu jeito único de andar, se movimentar e olhar, que faziam jus ao trocadilho "Rosa Linda", continuarão a acompanhar sua família em todos os caminhos daqui por diante.

“Para nós, Rosalina foi cedo demais. Ainda tinha uma última casa para construir com o José”, diz a filha. O físico conservado, a perspicácia e criatividade faziam com que todos acreditassem que viveria ainda por muitos anos para ser agraciada pelos cuidados de seus familiares, mas partiu sem despedidas, deixando para trás o amargo da saudade, mas também, muitas lições e esperança.

Rosinha, por fim, tomou corpo de rosa para florear os jardins dos céus, enquanto os seus vivem pela esperança de um reencontro na eternidade.

Rosalina nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Rosalina, Edna Cristina Maciel Moia Caldeira.. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Fernanda Queiroz Rivelli, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 21 de setembro de 2020.