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Roselia Belo Pereira

1959 - 2020

Era uma verdadeira leoa para proteger seus filhos.

"Ela foi uma força da natureza, um espírito livre: mais forte que qualquer ser humano que conheci. Por isso escrevo neste memorial, para que todos saibam o ser extraordinário que foi minha mãe. Ela era forte o suficiente por ela e por todos à sua volta, tinha o dom de resolver os problemas dela e de qualquer um que ela amasse. Era uma verdadeira leoa para proteger seus filhos. Não houve quem não dissesse isso. Ao mesmo tempo, era doce, amável... e sua forma de cuidar era fazendo algo pela pessoa. Inconscientemente, ela nos tornou totalmente dependentes de sua presença, e hoje, sinto-me perdida por não mais tê-la ao meu lado", conta a filha Raphaela, que considerava ainda sua mãe como uma "guerreira, uma amante da vida, uma pessoa enérgica e cheia de vigor" que ela amou e ainda ama com todo seu coração.

Dona Roselia amava a família acima de tudo e nunca mediu esforços para ver a felicidade e o bem-estar dos filhos, lutou com unhas e dentes por todos eles até o fim, quando já não tinha mais forças para lutar.

"Fiquei muito feliz pela oportunidade que tive de dançar com ela, em meu casamento, a mesma música que ela e meu pai dançaram no casamento deles. Ela estava tão feliz naquele dia... Até hoje é difícil acreditar que ela não está mais conosco", relembra saudosa Raphaela.

A filha Rayane conta que a mãe gostava muito de sair. "O simples fato de estar na rua já lhe fazia bem", ela conta.

Ela também gostava muito das plantinhas que cultivava e tinha uma maneira especial de chamar a atenção durante uma conversa, quando ia dizer algo importante: ela dava um tapinha.

Rayane é muito grata por tudo que a mãe fez pela família e por todas as vezes, durante toda a vida, que a mãe a ajudou nas mais diversas situações em particular.

Dona Roselia deixou um sonho inacabado: não terminou sua casa. Mas seu outro sonho, o de ver todos bem, ela ainda verá, esteja onde estiver.

Roselia nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ) e faleceu em Campos dos Goytacazes (RJ), aos 61 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelas filhas de Roselia, Raphaela Pereira Teixeira e Rayane Pereira Teixeira. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 17 de dezembro de 2020.