Rosilda Demétrio Magalhães

1960 - 2020

Nutria a força feminina de seu povo e organizava as danças tradicionais dos Wapichana.

Rosilda pertencia à etnia Wapichana, Comunidade Indígena Barata, Região do Alto Alegre. Uma mulher batalhadora, humilde e dona de uma alegria apaixonante.

Tinha apreço pela força feminina, era vice-coordenadora do grupo de mulheres de seu povo. Nutria a beleza de suas raízes organizando as danças tradicionais Wapichana. Fazia tranças nos cabelos das crianças, cosia vestimentas, selecionava sementes e colocava mundo afora o universo de seu povo por meio das apresentações que realizavam fora do espaço físico da comunidade.

Cozinheira “de mão cheia” e boa conhecedora das medicinas da floresta, tudo o que suas mãos tocavam era feito com muito amor. Seu último trabalho foi na Escola Municipal Maria de Fátima, local onde contagiava a todos com sua alegria e carisma.

Foi casada durante quarenta e três anos com Simeão Magalhães, um militar da reserva que foi muito amado por ela. Tiveram seis filhos, formados em diferentes profissões: quatro professoras, um contador e um auxiliar bucal. Tiveram 17 netos e dois bisnetos.

Rosilda amava estar reunida com a família, inclusive com os irmãos e demais parentes.

Toda a família foi acometida pela covid-19; nesse período, coube à filha Rosivânia - única que permaneceu em pé sem se acamar -, comandar uma luta contra o inimigo invisível, cuidando dos seus, dentro do hospital e fora dele; realizou, inclusive, uma campanha de arrecadação para ajudar a família.

Rosilda, conhecida pela generosidade da mulher que ajudava a todos sem distinção, foi muito amada e deixou um vazio muito grande em todos os sentidos: como mãe, amiga, e avó que criou a metade dos netos.

Eterna rainha da família, continua sendo inspiração para que todos sigam em frente, graças aos seus ensinamentos e às suas lições de resiliência e coragem.