1971 - 2020
A mais popular da comunidade Parada de Lucas, gargalhava e se emocionava na mesma proporção.
Seu talento era gargalhar e fazer amizade com todos desde criança, não importava se ela estava no ônibus com desconhecidos ou em uma festa. Por isso, Rosilene, a Lene, era a pessoa mais popular da comunidade carioca Parada de Lucas, onde morou por toda a vida.
Filha de uma paraibana que foi para o Rio de Janeiro ganhar a vida, era simples e fazia o que fosse preciso para ter renda honestamente: dava faxinas, cuidava de idosos e crianças.
Ligava sempre para a sobrinha Meire para saber se algum amigo estava precisando de faxina. Um dos momentos mais marcantes com a tia foi quando ela ficou com a filha de Meire para que a moça pudesse trabalhar. Embora fosse o serviço de Rosilene, o carinho dessa mulher emocionava a sobrinha.
Viveu com o companheiro Francisco por muitos anos sem oficializar a união. Em 2015, ela pegou o buquê do casamento de Meire. Entrou na disputa, porque casar-se com ele era um sonho. O buquê trouxe boa sorte. Dois anos depois, em 2017, Lene casou-se com Francisco no civil, de forma simples, mas suficiente para que ela se sentisse mais realizada.
Ela fazia o que estava ao alcance, e até fora, para a filha Diana e para o neto Arthur. O menino é o que chamam de "bichinho do mato", mas da vovó Lene ele não desgrudava.
Rosilene era a pessoa mais sorridente, porém, emocionava-se na mesma proporção. Chorava até quando ganhava presente, as lágrimas também caíam ao assistir a filmes e novelas.
Gostava de gente e muita gente a amava devido a sua alegria escancarada e ao seu grande coração. Foi sentimento bom e puro em cada segundo de vida.
Rosilene nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Rosilene, Meire Elen Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por Talita Camargos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de outubro de 2020.