Ruth Cândida de Almeida

1940 - 2021

Cuidava das pessoas, dos animais e das plantas. Para ela, toda forma de vida importava.

Ruth era uma mulher forte e muito determinada. Ficou viúva aos 34 anos e criou, sozinha, quatro crianças: três que vieram de seu ventre e uma que ela mesma foi buscar. Cada uma ocupava um lugar especial em seu coração. Ruth se orgulhava de tê-las criado, apesar de todas as dificuldades.

Para ela, a natureza trazia uma grande e perfeita oportunidade para cuidar de qualquer animal que aparecia em seu quintal ou à beira do rio. "Ela criava como se fossem seus, e eram muitos: pássaros, patos selvagens e até gambás" - conta a filha Elisângela.

Ruth era mãe por ter tido filhos, mas não era só por isso! Tinha a "mania" de ser mãe. Era como se estivesse no sangue dela acolher, cuidar, proteger. Não permitia animais em correntes ou em gaiolas. Não na casa dela! Isso não! Eram livres para ir e vir, e eles vinham. Sempre!

Tinha mão boa para plantar e estava sempre pronta para recuperar qualquer plantinha que estivesse sem vida, sem cor. Saía à procura delas nas casas, nas ruas, onde a vista alcançava e, bastava ver uma flor murcha, caída, que lá ia a Ruth.

Mas ela sabia cuidar de si mesma, também. Era vaidosa e, todos os dias, colocava perfume, roupa de festa e batom para assistir à missa, na TV que ficava na sala.

Uma das coisas que ela mais gostava era passear de carro. Por isso até passou a escrever cartas para a rádio da cidade, a fim de arrumar um companheiro. Mas está pensando que era só para ter um novo marido? Que nada! Ela dizia que queria alguém para passear mais. Bem mais!

Ruth era pura diversão. Um raio de sol que iluminava a todos que a conheceram, fossem pessoas, bichos ou plantas. Ela amava a vida!