1955 - 2020
A vovó brincalhona que se fantasiava para divertir a netinha.
Ela nasceu em plena primavera carioca. Filha de Ivanildo e Eulina, cresceu em uma família cercada de mulheres e tendo como irmãs Lenilda e Lúcia. Desde pequena era muito tímida e, por ser a caçula, teve sempre bastante proteção e regalias.
Ruth se formou professora, mas ao longo da vida viveu outras profissões, como corretora de imóveis, costureira e vendedora. Conheceu um moço bonito chamado Genival, namoraram firme, foram morar juntos e em 1981 tiveram sua filha Amanda.
Amanda teve momentos muito felizes na infância, e na adolescência, com apenas 14 anos, perdeu o pai. Desde então, Ruth se tornou o maior alicerce da filha. Ela era seu porto seguro, sua melhor amiga, seu melhor tudo. Viviam agarradas, passaram por muitas dificuldades, mas uma sempre ao lado da outra, dando força.
Ruth foi uma mulher, uma esposa e uma mãe que sempre deu "colinho" em todos os momentos da vida, não deixava a tristeza invadir sua casa. Mas quando era preciso, levantava a cabeça e dizia que era forte como uma fênix.
Supermãe e superavó, amava e protegia a filha e a neta como uma leoa. Era a vovó brincalhona, que se jogava no chão para brincar, que gostava de se fantasiar e que costurava mil coisas para a netinha, assim como fazia para Amanda na infância.
Ruth Helena era muito habilidosa e utilizava seus dons para fazer artesanato. Gostava de arte e de costura, e era autodidata — sempre inventava alguma coisa para fazer, amando a liberdade de criar, de experimentar; a liberdade de viver, enfim.
Ela era linda, cuidadosa e vaidosa! Amava cuidar de suas plantinhas e ensinava à netinha, Duda, como fazer. Amanda diz que nunca teve gosto pela jardinagem, mas que encontrou nas plantas uma forma de deixar viva a presença da mãe. Para ela, ver as plantas crescendo é como ver florescer a esperança.
E é assim que Ruth Helena será lembrada; como avó e mãe extraordinária, que deixou saudade. Amanda finaliza a homenagem: “Obrigada por ter sido minha mãe, e por ter me dado tanto amor e carinho, assim como para sua netinha. Eu te amo! Vai em paz, no caminho da luz, Mamãe!"
Ruth nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Ruth, Amanda Braga Bernardino. Este tributo foi apurado por Malu Marinho, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 6 de janeiro de 2022.