Sandra Regina Zampieri Camargo

1966 - 2021

Por teimosia e determinação tornou-se Assistente Social para ajudar os mais necessitados.

Sandra foi casada durante muitos anos com Ari, o seu único amor. Onde um estava, o outro também se encontrava, esse bem querer transformou-se em amizade depois da separação. Quando um objeto quebrava na casa de Sandra, era a Ari que ela recorria, e ele atendia.

Ela era muito grata à infância feliz que lhe foi proporcionada pelos pais que, sempre trabalhadores, conquistaram uma vida linda e digna aos filhos. A família tinha uma clínica de estética: a irmã era podóloga, a mãe e o irmão eram cabeleireiros e Sandra era manicure, cabeleireira e designer de sobrancelhas. Uma verdadeira mulher multitarefas.

Esse ramo de trabalho garantia a ela muitos convites para feiras, eventos dos quais ela gostava muito. Certa vez levou a filha de sua amiga Adriane a uma delas, e neste dia ela deixou até de trabalhar. E foi uma festa, porque lá conheceram artistas que sua convidada sempre quis conhecer.

Mãe dedicada, permitiu que os filhos, Wendel e William, traçassem para si caminhos diferentes: William mudou-se com a esposa para o México por motivos de trabalho. Já Wendel ficou por perto, ele morava junto com ela, mãe e filho eram muito unidos.

Como avó muito apegada, era completamente apaixonada pelos netos. Era ela quem os buscava na escola, e mandava fazer roupas combinando para a neta. A menina era sua verdadeira cópia, fazendo jus à afirmativa: “Tal avó, tal neta”.

Sandra sempre foi uma amiga muito boa. Com generosidade radiante, fazia o papel de conselheira, uma verdadeira mãezona para muitos.

Muito alegre, fazia as pessoas rirem. Cantava e dançava em todos os momentos a fim de tirar uma risada de cada pessoa que estivesse por perto. Oferecia ajuda sempre que alguém precisasse, tinha um coração enorme e não media esforços.

Ela era também muito teimosa, no sentido de ser persistente. Quando queria aprender algo novo, estudava muito até conseguir. Não aceitava um "não" como resposta e nem se desanimava quando diziam que seus planos e projetos não dariam certo. Muito decidida, aprendeu a fazer artesanatos e gostava de produzir trabalhos manuais para os idosos.

Sandra era uma pessoa dedicada às causas sociais, aos necessitados, em especial às crianças e idosos. Realizava serviços voluntários em uma ONG que cuidava de crianças carentes, o Projeto Sertãozinho, e buscando fazer sempre mais, esforçou-se muito até se formar Assistente Social.

Durante sua graduação fez um estágio na Casa de Acolhida Isabel Soler, um instituto que acolhe idosos sem familiares, e lá ela se encontrou e se dedicou com muito amor. Seu comprometimento e amor aos idosos era tanto que acabou sendo convidada para fazer parte da Diretoria da instituição.

A partir daí, formou uma dupla inseparável com Adriane e não havia dificuldade que elas não pudessem enfrentar. Como diz a amiga: "Ela era má motorista, bocuda e respondona comigo. Nossa relação era cheia de brincadeiras. Era meu braço direito e eu, o dela. Eu só conseguia trabalhar porque tinha Sandra ao meu lado. Tínhamos um companheirismo muito forte. Quando falavam que não conseguiríamos dar andamento em algum projeto para os idosos, nos uníamos e íamos até aonde déssemos conta."

Corajosa, fazia o que fosse preciso para ajudar os necessitados e isso valeu até o último dia. Antes ser internada, preocupada com os idosos e os planos feitos para eles, deu todas as instruções para amiga e lhe confiou a missão realizá-los. Se despediu dizendo que se tivesse que ir estava preparada, porque sua missão estava cumprida.

Sandra sempre dizia temer a Covid-19 pelos pais e um irmão com necessidades especiais.

Adriane registra que esta homenagem não se restringe somente à Sandra, mas que também se estende à dona Josefa e à Vera, juntando sua saudade e dor à da família, Ao mesmo tempo, agradece a oportunidade de registrar a existência dessa supermulher, que fez a diferença na vida de todos que faziam parte do seu convívio.