Memorial dedicado à história
de cada uma das vítimas do
coronavírus no Brasil.
Via o lado bom de tudo e estava sempre disponível para dar seus bons conselhos.
Um homem de fé e de força que deixava tudo mais alegre com sua risada.
O sorvete de baunilha, aquele coberto com uma fina casquinha de chocolate, era seu preferido.
Um gatinho a visitava nas tardes de quarentena. "Ele gosta das histórias que eu conto, por isso vem", dizia ela.
Ensinou aos filhos que um nome honrado é o bem mais valioso que se pode ter.
Gostava das viagens e de apreciar os traços dos pincéis do Criador, expressos nas plantas e nos animais.
Sua voz ecoava por onde passava; fosse com um canto ou uma palavra, ele levava amor.
Mudou até de cidade para poder paparicar o neto e mimar a filha, com deliciosos pés-de-moleque.
Quando contava piadas ele mesmo ria, fazendo com que a sua gargalhada fosse mais engraçada que a própria piada.
Italianão divertido, jogava bola com os bisnetos e apreciava a macarronada do domingo.
Um romântico incorrigível que enviava poesias pela manhã, bem cedo, e fazia chamadas de vídeo hilariantes.