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Sérgio Amâncio Tristão

1955 - 2020

Apaixonado pela esposa, era capaz de entendê-la com um simples olhar.

“Nem sei como descrever meu marido, de tanto amor que tenho por ele”, começa Eloah, esposa de Sérgio, com quem teve dois filhos. “Ele adivinhava meus desejos e vontades, me apoiava em tudo, cuidava de mim e dos filhos, mas, como ele dizia, eu era a vida dele.” Havia tal cumplicidade entre os dois que bastava um olhar para se entenderem. “Ou então eu dizia: ‘Amor, tô com vontade de ir...’ e ele dizia o nome do local.”

Sérgio gostava de dirigir e de explorar novos lugares. “Então, quando viajávamos, ele parava em todas as cidades pelo caminho para conhecer”, lembra Eloah, com quem Sérgio foi casado durante quase meio século. Ele também adorava cães. E fotografia: fazia fotos de tudo “que via pela frente”.

Retornava com frequência à cidade natal para visitar os amigos, embora a tivesse deixado aos 17 anos. Em Santos, litoral de São Paulo, trabalhava como vigia portuário e era conhecido, entre os colegas, como Tristão.

Generoso e dedicado, Sérgio “ajudava todos, seja com palavras ou financeiramente, não tinha preguiça quando se tratava de servir. Foi uma pessoa trabalhadora, nunca deixou que nada nos faltasse”, acrescenta Eloah.

Sérgio nasceu em Borborema (SP) e faleceu em Santos (SP), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Sérgio, Eloah Kanthack Amancio Tristão. Este tributo foi apurado por Patrícia Garzella, editado por Joaci Pereira Furtado, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 18 de dezembro de 2020.