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Sérgio da Silva

1969 - 2020

Querido por todos, era o Roberto Carlos da mãe e o melhor pai do mundo para os filhos.

Chamado de Peludo pela semelhança com o ator Tony Ramos, Sérgio teve seu nome escolhido pelo pai, Cícero, e recebeu um amor sem igual de sua mãe, Tiana. Primeiro neto da família, foi um bebê aguardado por todos e cresceu e viveu sendo muito querido entre os seus.

Quando nasceu, Sérgio era tão grande que Tiana mal conseguia carregá-lo no colo. Isso nem de longe os impediu de criar laços firmes. Por toda vida, o carinho e a proximidade entre eles saltavam aos olhos e até despertavam algum ciúme nas irmãs Ana Paula e Adriana, segundo relata a mãe.

É que Peludo era o amor da vida de Tiana e saiba bem disso. Quando adulto e já independente, ele chegava à casa da mãe e anunciava sua presença dizendo a ela que quem estava ali era "o seu Roberto Carlos", pois sabia que Tiana era apaixonada pelo rei, ainda que ele era o verdadeiro dono do coração da matriarca.

Sérgio foi casado com seu primeiro amor, Lilian de Almeida, e dessa união nasceram Marcus Vinicius e Igor, com quem ele adorava passar o tempo junto. Foram os dois que acompanharam Edenildo, amigo de Sérgio desde os tempos de escotismo, à Pedra da Gávea para depositar as cinzas do pai como ele mesmo havia pedido anos antes de sua partida.

Entre as várias memórias dos meninos, estão as dos jogos do Flamengo, no Maracanã, que puderam curtir na companhia do pai. Além do futebol e de seu time de coração, Sérgio também dedicava parte do seu tempo livre a assistir filmes de ação e, se possível, a assistir vários em sequência.

Trabalhador, viveu o sonho de ser taxista em uma companhia que atendia especialmente o aeroporto do Galeão. Assim, seus dias ainda se dividiam entre as várias corridas e o carinho por Lilian Vaz, companheira dos últimos tempos e que também teve a chance de viver momentos especiais ao lado de Sérgio.

Sérgio nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 50 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela mãe de Sérgio, Sebastiana Maria da Silva. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Larissa Reis, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 30 de outubro de 2020.