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Sérgio Luís Melo da Silva

1964 - 2020

Gostava de pedalar por aí usando um tênis impecável da sua coleção.

Sérgio era gesseiro dos bons e fazia seu trabalho com dedicação.

Na família tinha o apelido de Nena. Era bastante ligado ao pai desde que perdeu seu único filho, mas, mesmo com essa grande dor, mantinha seu belo sorriso no rosto. Apegou-se ainda mais à família e ao pai, Seu Zé, durante o isolamento na pandemia. Os dois permaneceram juntos e ambos partiram vítimas da mesma doença.

Nena era querido por todos e, sempre que podia, ligava ou enviava vídeos engraçados pelo celular. "Ele era feliz do jeito dele!", afirma sua irmã Daniela.

O cara namorador e de coração gigante amava pedalar sua magrela, a bicicleta era uma de suas grandes paixões, assim como os tênis ─ tinha uma coleção deles, em todas as cores e modelos.

Daniela conta que Nena "Além de ser apaixonado por bicicletas, usava a sua magrela não apenas para se deslocar, mas pelo amor por pedalar. Estava sempre estiloso, calçava seus tênis de marca, colocava seus óculos espelhados e saía todo charmoso. Meu irmão era namorador e cheio de 'contatinhos', mas sabia do seu compromisso de voltar sempre pra casa, pois não deixava o pai sozinho."

O pai de Sérgio, José Otaviano Vieira da Silva, também tem sua história contada aqui no Memorial.

Sérgio nasceu em Rosário (MA) e faleceu em São Luís (MA), aos 56 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Sérgio, Daniela de Kácia Melo da Silva. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 16 de dezembro de 2020.