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Severina Eugênia da Silva

1942 - 2020

Negra e nordestina, foi mãe solo e morou na favela. Guerreira, enfrentava as dificuldades e amava viver.

Severina Eugênia enfrentou diversas batalhas ao longo da vida. Em todas elas, lutou com as armas da coragem e do amor.

Renata conta que a mãe, ao ficar órfã, teve que fugir de Pernambuco por causa dos maus-tratos que sofria: “Negra, retirante nordestina e analfabeta, foi mãe solo e morou na favela. Apesar de todas as dificuldades, amava viver”.

A filha afirma ainda que Severina Eugênia, com 1,36 m de altura e pesando apenas 32 kg, era, na verdade, uma gigante: forte e generosa. Trabalhadora incansável, criou a filha sozinha e cuidava dos animais de rua colocando água e comida para eles.

De sorriso fácil, costumava conversar com todo mundo e sempre dizia a frase: “Isso é coisa de louco". Muito cheirosa, não saía de casa sem passar seu perfume preferido.

Nossa homenageada deixa a filha e a neta, além dos gatos e do cachorro que tanto amava. Deixa também um rastro de empatia e solidariedade em todos os lugares por onde passou.

Severina nasceu em Vitória de Santo Antão (PE) e faleceu em Osasco (SP), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Severina, Renata da Silva. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Renata Meffe, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 27 de maio de 2021.