Sueli Monteiro

1960 - 2020

Valorizou seus estudos e os dos filhos. Durante a faculdade da filha, a esperou na esquina de casa todos os dias.

Adolescente, Sueli deixou de frequentar a escola porque a necessidade de ajudar no sustento da casa da família assim o exigiu. O apreço pelos estudos, no entanto, seguiu com ela vida afora e foi passada para o filho e as filhas.

Depois de um período trabalhando como doméstica, empregou-se em uma indústria de papel, de onde tirou o sustento e a remuneração para contribuir com os cuidados da família. Esses cuidados com pai e mãe, Benedito e Conceição, seguiram até o final da vida deles. “Minha mãe se orgulhava de ter cuidado dos pais até o último dia da vida deles”, conta a filha caçula Vera Lúcia.

“Como mãe e avó, ela sempre foi uma leoa, nos defendia com unhas e dentes”, lembra Vera Lúcia. A filha diz q a mãe trabalhou fora até o nascimento de Ana, sua primeira filha no segundo casamento, do qual também Vera Lúcia é fruto. Antes, veio César, filho do primeiro marido, do qual Sueli ficou viúva.

Ao lado do segundo marido, de quem foi suporte por vinte anos, acompanhou o crescimento dos três filhos com dedicação integral, e pedia que nunca deixassem de lado a educação. “Ela queria, muito, que a gente não desistisse da formação, por mais difícil que fosse”, diz a filha.

Religiosa, orientada pela fé, Sueli viveu orgulhosa pela escolha do filho que se formou padre. Da filha mais velha, foi o alicerce, ao cuidar das netas, Maria Sofia e Luana, que eram muito mimadas pela vovó. “Ela dizia que as meninas eram o combustível dela”, explica Vera Lúcia.

Se na família era conhecida por ser esposa e mãe cuidadosa, e avó apaixonada, que manifestava o amor e carinho também nas delícias que preparava na cozinha; na comunidade Sueli era vista como uma pessoa de coração imenso, de muita solidariedade. “A sensação é de que ela expandia o coração, que parecia o maior do mundo, e se colocava disponível para ajudar quem quer que fosse, sempre que possível”.

“Dona Sueli sabia amar e agia guiada por esse sentimento”, ilustra Vera Lúcia. A filha lembra das palavras da mãe em cada breve despedida, quando marcava o momento com o brilho da bênção: “Vai com Deus e que Nossa Senhora te acompanhe."