1934 - 2020
Sujeito único, engraçado e comilão. Valdeco era a pessoa mais alegre!
Ele era apaixonado pelo neto. Quando o Gabriel era criança, o Valdeca levava toda a criançada para o futebol. Vez ou outra faltava gasolina no fusquinha vermelho, e a meninada tinha que sair do carro para empurrar. E acha que eles se incomodavam? Que nada! Era a maior diversão do grupo. Hoje, todos são homens e soltam gargalhadas quando se lembram desses dias.
"Tinha cada história! Ele era muito guloso e sempre dizia que não queria morrer de fome. A família até tentava vigiar de perto, mas ele vivia saindo escondido para tomar uma cervejinha e comer bolinho de bacalhau... ou pastel com caldo de cana. Só que ele sempre sujava a camisa, sempre, e se denunciava...", conta a filha Cristiane.
O Valdemar era assim, um sujeito único, alegre, engraçado, querido. Tinha até umas manias esquisitas: guardava caixas de remédios, palitos de sorvetes... colecionava radinhos de pilha, televisões, telefones celulares. E criava vários objetivos com as sucatas que ele guardava. Um verdadeiro Professor Pardal!
Todo mundo no bairro conhecia o Valdeca. Também pudera: não bastasse ser alegre e brincalhão, ele adorava sair de casa de boné ou de chapéu, com camisetas daquelas com propagandas mesmo. Mas era uma pessoa muito leal. Foi casado por 58 anos com a Maria Celestino e teve duas filhas: Ana Claudia e Cristiane. E só um neto, o Gabriel.
Pernambucano de Jupi e botafoguense de coração, Valdeca era daqueles que adorava ligar para os familiares e amigos, e gostava de comemorar o aniversário. "Era a pessoa mais alegre e engraçada", lembra Cristiane.
Valdemar nasceu em Jupi (PE) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Valdemar, Cristiane. Este texto foi apurado e escrito por Felipe Held, revisado por Didi Ribeiro e moderado por Edson Pavoni em 17 de junho de 2020.