1978 - 2020
Apelidou seu caminhão de Nave e, sempre que chegava a um destino, postava uma foto com a legenda: "A Nave pousou".
“Meu esposo Valdomiro era uma pessoa que adorava sua profissão. Era caminhoneiro e viajava por esse Brasil inteiro”, relata a esposa Delangia.
Ela conta que o marido era conhecido como “o homem do bom-dia”, porque diariamente mandava a saudação para todos os seus contatos: “Ainda que fosse o dia mais cheio de trabalho e ele estivesse muito atarefado, não deixava, em hipótese alguma, de dar o seu bom dia”.
Suas boas intenções não se limitavam às palavras, Valdomiro buscava constantemente ajudar a todos: “Era cheio de bondade, e sempre queria o bem das pessoas, principalmente quando se tratava de seus familiares”, afirma Delangia.
Sua maior alegria era estar junto dos seus. “Amava a vida e a família. Ele me chamava de Bibi e ao chegar de sua última viagem, com tosse e outros sintomas, falou para mim: ‘Bibi, deu tempo de chegar em casa, se for o vírus, e eu morrer, pelo menos deu tempo de ficar perto da minha família e do meu netinho Gabriel”, relata a esposa.
“Agora sua Nave não pousará mais nas cidades do Brasil e todos sentem falta de seu bom-dia”, emociona-se Delangia, com o coração cheio de carinho e saudade.
Valdomiro nasceu em São Paulo (SP) e faleceu em São José dos Campos (SP), aos 42 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela esposa de Valdomiro, Delangia Firmino Pereira. Este tributo foi apurado por Thaíssa Parente, editado por Renata Meffe, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 7 de outubro de 2020.