1972 - 2020
Seu assobio era único e seu jeito descontraído uma marca, de longe já era identificado.
A presença de Jarrão não passava despercebida, pois era um homem que se destacava tanto em proporções físicas quanto pela energia que emanava.
Muito conhecido em seu entorno, era uma figura popular quando saía às ruas cumprimentando quem por ele passava. A família costumava brincar que ele parecia um político por ser muito conhecido e querido por tanta gente.
Ele era pura extroversão, um comerciante capaz de fazer seu cliente comprar pedras, tamanha era a lábia que desenrolava em suas vendas. Trabalhou como motorista e peixeiro, foi um condutor incrível que manobrava um caminhão como ninguém.
Levava a vida com alto-astral apesar dos desafios que enfrentava, a exemplo das situações desafiadoras passadas com a Kombi que usava para vender seus peixes. Por diversas vezes teve de colocar a família para empurrar a Kombi na subida do morro onde moravam, além da precaução com as filhas para que não caíssem nos buracos que o veículo tinha. Mas nada disso o desanimava, a determinação em fazer todos felizes e seguros prevalecia.
Com as filhas Amanda e Samara, foi o melhor pai que conseguiu ser. “Sempre preocupado, atencioso e superprotetor. Elogiava e falava que nos amava a todo instante”, lembra Amanda com carinho. Também era grudado com o sobrinho Miguel, seu xodó.
Jarrão, como Wagner carinhosamente era conhecido por causa de seu tamanho, foi um homem de grandes dimensões também nos seus gestos, na preocupação que demonstrava com quem amava e na atitude generosa que permeou seus dias.
“Era um homem de personalidade forte e com uma simpatia única. Ajudava todo mundo. Deixava alegria por onde passava. Barulhento, todos sabiam quando ele chegava”, descreve com amor e saudade Amanda.
A certeza que permanece é esta: se estivesse aqui, adoraria dar um abraço em todos os amigos e familiares.
Wagner nasceu em Duque de Caxias (RJ) e faleceu em Duque de Caxias (RJ), aos 47 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Wagner, Amanda Messias. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Júllia Cássia, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 17 de janeiro de 2021.